segunda-feira, 29 de agosto de 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
Alguém tem que fazer alguma coisa
em relação à Lua, aquela bola branca esburacada. Essa mania que ela tem de
aparecer quando quer me irrita de um tanto, que só ela me sabe. Me sabe pouco e me enche o olho. Quando muito
aparece provocante com fitas coloridas. De vez em quando traz um segredo que é
só seu. Alguém, por favor, avisa pra Lua que ela não merece tanta atenção assim.
Diz pra ela que meu coração não é de papel, muito menos feito da mesma matéria fria do seu corpo.... como ela é fria, tão distante, tão cheia de si, tão tudo,
tão céu. Se ninguém disser nada pra ela, digo eu.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Mais outra
Vídeo-dança mais poética, delicado, dançado... Lindíssimo.
"dance, dance...otherwise we are lost."
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
ando assim sozinha em Brasília
ando inundada de Brasília
ando com Brasília
no bolso
nos olhos
no rosto
nas mãos
no corpo
nos pés
no coração insolado
e por fim
adoro a estranheza que Brasília causa nas pessoas
adoro a riqueza que Brasília causa nas pessoas
em mim
A função da arte
Eduardo Galeano
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que
descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de
muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão
do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
sábado, 13 de agosto de 2011
Eu Não Tenho Um Barco, disse a árvore
Deixa pra depois
O que já não precisa esperar
E tudo que não deu pra consertar
Por culpa do depois
Não tem jeito não
A gente sempre espera piorar
a gente sempre deixa de cuidar
do que já tem na mão
Mas é sem querer
Sem querer
Então, taí
nosso refrão
Taí
Deixa pra depois
O que já não precisa mais deixar
Mudando as mesmas coisas de lugar
A certa coisa certa a se fazer
E diz que só queria descansar
De quem a gente mesmo escolheu ser
sem querer
É sempre sem querer
Então, taí
nosso refrão
Taí
Sem graça
Então, taí
Pois então
Taí
O que já não precisa esperar
E tudo que não deu pra consertar
Por culpa do depois
Não tem jeito não
A gente sempre espera piorar
a gente sempre deixa de cuidar
do que já tem na mão
Mas é sem querer
Sem querer
Então, taí
nosso refrão
Taí
Deixa pra depois
O que já não precisa mais deixar
Mudando as mesmas coisas de lugar
A certa coisa certa a se fazer
E diz que só queria descansar
De quem a gente mesmo escolheu ser
sem querer
É sempre sem querer
Então, taí
nosso refrão
Taí
Sem graça
Então, taí
Pois então
Taí
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
É uma vergonha o transporte
público em Brasília, eu tenho VERGONHA. Quem mais tem vergonha? Parece que o
governo não tem. Eu preciso ter vergonha? Eu acho uma perda tempo passar quatro
cinco horas da minha vida dentro de um ônibus enquanto eu poderia tá fazendo
algo produtivo. Acordo todos os dias exceto final de semana 4:30 da madrugada
pra tentar conseguir chegar no Plano Piloto ás 8:00 da manhã. Hoje eu queria
tanto ter chegado cedo à aula de dança, mas não deu. Não parava nenhum ônibus na
minha parada. Todos que passavam estavam estúpidos de corpos amarrotados. Quando
conseguir pegar um me aparece uma minhoca velha em desuso ENTUPIDA DE GENTE DE
MEU DEUS. A minhoca não agüentou a subida do colorado e quebrou deixando umas
duzentas pessoas na mão, justo hoje que era a aula da Sabrina. Queria morrer só
de pensar em chegar atrasada... e cheguei. Não morri, mas queria quebrar um ônibus...
Outro sufoco pra pegar outro ônibus e pego outra minhoca lenta. Assim que
cheguei a Rodô eu corri tanto mais corri tanto que cheguei bufando na aula.
PUTA QUE PARIU je deteste atrasos, ônibus sucateados, amarrotados, descaso. Enfim, tenho vergonha de pegar ônibus em
Brasília, vou ter vergonha quando a copa do mundo chegar no Brasil. Do jeito
que tá não dá.
eu enquanto me
aproprio de Camila
eu enquanto nada
sei
eu enquanto não faço
escolhas
eu enquanto dureza, pedra lascada
eu enquanto ouço
a mesma música repetitivamente
eu enquanto
espero, espero, espero o ônibus lotado do Arapongas
eu enquanto
acordo cedo pra pegar novamente um ônibus lotado
eu enquanto amo
cantora brasileiras
eu enquanto
queria me casar com Pina Baush, Clarice Lispector,
Cibelle, Adriana Calcanhotto,
Thiago Pethi, Cícero...
eu enquanto queria me casar com Maria Bethânia, Chico Buarque
eu enquanto queria me casar com Maria Bethânia, Chico Buarque
eu enquanto amo
a lua, os ipês amarelos, rosas, brancos
eu enquanto
quero sumir daqui
eu enquanto escrota
eu enquanto Clarice Lispector
eu enquanto
perco meu tempo com coisas desimportantes
eu enquanto cretina
eu enquanto
tenho um coração de manteiga
eu enquanto falo
em fazer e não faço
eu enquanto me
apaixono
eu enquanto não
demonstro amor
eu enquanto grossa
eu enquanto amor
eu enquanto solidão
eu enquanto tristeza
eu enquanto capricorniana
eu enquanto não namoro
ninguém
eu enquanto fico
pra titia
eu enquanto me
encorajo
eu enquanto
tenho medo
eu enquanto atriz
eu enquanto me
arrisco a dançar
eu enquanto
queria tacar um foda-se em tudo e todos
eu enquanto
queria ser escritora
eu enquanto não
posso ser o que se espera
eu enquanto expectativas
eu enquanto
conheci Nicolas Behr pela Camila
eu enquanto fico
puta com a Camila
eu enquanto amo
a Camila
eu enquanto não
me dou bem com minha família
eu enquanto
quero fugir de mim
eu enquanto não
posso fugir de mim
eu enquanto não me movo de mim
eu enquanto não me movo de mim
eu enquanto vazio,
silêncio, escarcéu
eu enquanto
finjo não te querer mais
eu enquanto
queria ser natureza
eu enquanto
tenho medo do bicho homem
eu enquanto virgem
eu enquanto não
me toco
eu enquanto
tenho medo do futuro
eu enquanto não
quero fazer nada
eu enquanto
quero matar um
eu enquanto
quero ser ácida como Hilda Hilist
eu enquanto socrática,
existencialista, sonhadora, nada
eu enquanto
quero ter dinheiro
eu enquanto
quero dá uma vida melhor pra minha família
eu enquanto não
tenho quarto, cama, sofá, luz
eu enquanto não
quero nada dizer
eu enquanto não
sei parar com isso
eu enquanto
quero um amor de verdade
eu enquanto
queria ter uma câmera fotográfica
eu enquanto vergonha
eu enquanto não
acredito em mim
eu enquanto não
acredito que tô fazendo isso
eu enquanto
escrevo palavras tortas
eu enquanto erro
conjugações, verbos, concordâncias
eu enquanto
morro todos os dias um pouco
eu enquanto
assimilo o mundo
eu enquanto tenho
saudade
eu enquanto mãe da minha irmã
eu enquanto pago
minhas contas
eu enquanto
compro presentes
eu enquanto
morro na praia
eu enquanto sou
saudade de ilha
eu enquanto sou
outras tantas em mim
eu enquanto não me
reconheço e era isso que eu queria
eu enquanto
tenho um desejo cravado na carne
eu enquanto sexo, seios, mulheres, homens, menstruações
eu enquanto
quero fazer sexo
eu enquanto amo
a alma e não o sexo
eu enquanto não
tenho paciência
eu enquanto,
enquanto ainda não tenho fim
eu enquanto
piauiense, planaltinense, brasiliense, brasileira fudida, calanga do cerrado
eu enquanto faço
longas viagens em pensamento
eu enquanto durmo
no ônibus
eu enquanto punk da periferia, latina Americana Lusa em pó
eu enquanto
filha, irmã, amiga, nada, bucólica
eu enquanto vadia
eu enquanto filha da mãe
eu enquanto filha da puta
eu enquanto vadia
eu enquanto filha da mãe
eu enquanto filha da puta
eu enquanto
tenho que dormir agora
eu enquando soy
clandestina
eu enquanto
vertigem, versos rasgados, promessa
eu enquanto
pedaço
eu enquanto
escrevo de noite
eu enquanto
quero beijar
eu enquanto só
quero beijar
eu enquanto
chovo
eu enquanto
avesso, transverso, gordura trans
eu enquanto
poesia, música, teatro, cinema, arte de meandrar, efêmera
eu enquanto como
gelo
eu enquanto não
aguento mais
eu enquanto me
reconstruo
eu enquanto,
enquanto espero amor
eu enquanto
itinerante, dormentes
eu enquanto vago
eu enquanto,
enquanto
eu enquanto por enquanto
eu enquanto por enquanto
Marcadores:
apropriação,
desabafo,
Lua,
Poema Sujo,
solidão,
texto
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
domingo, 7 de agosto de 2011
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Perder-se significa {...}
"Perder-se significa ir achando e nem saber o que fazer do que se for achando."
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