sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

primeiro encontro

atravessando esse tempo de avalanches onde cada passo é um lampejo e um relampo no corpo. daqueles que o corpo já bambo quase cai, quase desaba, quase quebra. eu preciso me perguntar o que estou procurando entender. daí inicio. não tem como saber do passo seguinte, pois também procuro entender o ciclo da borboleta. disseram que escrever é um passo pra estar mais próximo de si, de olhar pra si e ver o semblante transparente, poroso, venoso, cardíaco e sombroso. o que me trás até aqui é o assombro que caminha de mãos dadas comigo. vejo o corpo igual e feito da mesma matéria humana a deriva a navegar num mar ás vezes calma e outros revolto. quando revolto o cachorro que habita em mim pede colo e eu dou. faço carinho até a tremedeira do corpo se acalmar com o novo respiro nos pulmões. e eu repito internamente: vai ficar tudo bem. são só tiros. jogos de artificio. fiquei sabendo que tem um pais desses de primeiro mundo que fogos de artifício são feitos sem barulho para que os cachorros não tenham medo. acho muito pertinente ao coração dos cachorros. nesse exato momento tem uma cadela tremendo em minhas pernas. eu passo a mão em seus medos na tentativa de acalma-lá. isso me faz lembrar das minhas noites de medo e paralisia do corpo. quando algo metafisico me toma pelo invisível e me faz física toda de medo. por minutos transformados em horas sou tomada pelo peso do medo, até que aos poucos o medo que chegou sem avisar parta me deixando cansada derramada na cama e com o coração saindo pela boca seca. dai o batimentos vão ficando cada vez mais naturais, lentos e calmos.  ás vezes volto a dormir. outras demoro na cama vasculhando cada território que a cama pode me oferecer até que não se tenha chão para pisar. nessas horas prefiro já ter pego no sono.
outro paragrafo. e eu achando que iria começar pela borboleta nova que entrou pelo meu quarto ontem novamente. ano passado foi a mesma borboleta que estava de passagem. talvez seja ela a reencarnação da anterior. fiz umas pesquisas e descobri que se trata de uma mariposa que assim como as borboletas representam mudanças e a morte para o risco. o novo. uma amiga me perguntou qual era meu animal de poder e não soube responder. daí descobri que o animal de poder é que te escolhe. pela recorrência dos fatos e das mortes a mariposa me escolheu. a cada fim de ano e isso não é conto de fadas uma mariposa preta entra na minha casa. ela sedenta por luz morre de paixão para que o novo corpo renasça. daí começo a entender das mortes que passo a cada ciclo de avalanches. a mariposa que entrou pela minha janela e passou a noite comigo me trouxe a morte. hoje sou outra.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

a nova



todo mudança trás uma borboleta para minha casa. ano passado ela veio por debaixo da cama e vôo pela janela abrindo um choro feliz em mim. esse ano ela entrou pela janela e tá de passagem pela minha casa. esse ano resolveu habitar o telhado do quarto. não sei por quanto tempo ela vai ficar por aqui, mas espero que goste da estádia que meu coração tem a compartilhar.

domingo, 29 de novembro de 2015

Não quis cumprir o que tinha estabelecido pra si mesma. Então, levada pelo toque sutil do amor se deixou levar pelo dia de chuva, cama e arrepios de pele. Deixou-se pegar em chamas como um tambor que bate no peito e aquece o coração. Passou o dia inteiro nos braços do seu mais novo amor. Aquele amor que demorou uma vida inteira para acontecer e quando menos imaginou lá estava ela abrindo a porta de casa sem pedir permissão para entrar. Assim, ela entrou na vida da menina que se escondia do mundo debaixo da cama. Desde que ela entrou na casa, o amor, a menina resolveu descosturar cada ponto de linha do corpo. Desde então, ela parou de fugir das avalanches da vida, sobretudo, do amor. Hoje, ela acordou com um pouco mais sem controle das coisas. As coisas... A vida... Dormiu e acordou nos braços de um amor que a cada dia lhe ensina que é preciso ter coragem para caminhar nesse mundo de mudanças. Hoje, elas olhando uma para outra, olhando para o semblante e para o mistério uma da outra, deixaram-se que as lágrimas corresse no mesmo rio, um rio sem margem. Chorou-se tanto que a casa não era mais feita de concreto e de cinzas, mas de água vindo de seus corpos. Quando a lágrima uma da outra caiu sobre seus olhos nada mais precisou ser dito.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

meu corpo é dança

voemos!


"Vivemos entremeados de recomeços. Mudamos de casa, de emprego, de cidade. Tem quem muda os amigos, o amor, os conceitos. Fazemos novas escolhas para juntar os pedaços, ou ajustar os ponteiros. Para respirar o ar menos poluído da hora do ‘rush’, e, também, mais leve de rancores. Há aqueles que mudam por necessidade, e, outros, por simples vontade.
Muitas vezes, mudamos do jeito que dá, e encaramos a nova morada ainda vazia. Faltam sofá, mesa e louça limpa. Faltam também certezas, mas levamos a coragem que carregamos no peito. Porque partimos em busca da felicidade.
No início, nos perdemos um pouco. É normal. Nem sempre a nova estrada é bem iluminada. Mas, mesmo ser saber direito como é o chão em que pisamos, sem pensar demais naquilo que nos impulsiona, seguimos em frente. É como retirar um pincel mágico de dentro do bolso e desenhar a luz que nos deslumbra pela vida.
Certa hora, um som de dar arrepios nos fez pensar em voltar atrás. É o barulho estridente da culpa, trazendo o peso carregado do medo de se arrepender. Pensamos nas pessoas que deixamos para trás, e na vida que um dia foi aquilo que sonhamos.
Lembramos que dizer adeus nos corta por dentro, e que as lágrimas nem sempre são suficientes para aliviar a dor. Tem dor que precisa doer até passar sozinha. Até compreendermos que para sermos felizes, infelizmente, algumas vezes decepcionamos alguém. E o contrário também ocorre, tem gente que nos magoa mesmo sem querer. Então, encontramos dentro de nós uma força invencível, e, com nossa gaita invisível, sopramos para longe a melancolia.
Damos risadas nas conversas à toa, ouvimos o barulho dos talheres novos ou velhos, mas diferentes. Sentimos o tique-taque mais calmo, mas atento. O mensageiro do vento nos traz boas novas: não há pressa para ser feliz, só não podemos perder nosso tempo.
Se percebermos que esse projeto não há como ser realizado, faremos novas escolhas. Se alguém que desejamos nos ignora, conheceremos novas pessoas. Nosso lema será não desitir de nós mesmos. Quem desiste, não aprende a sacodir o pó da canseira.
Conscientes de que, na vida, temos poucas certezas, aproveitamos a beleza da descoberta. Desembrulhamos nossas dúvidas e as deixamos livres para voar. Mesmo que a previsão do tempo seja imprevisível, se fará chuva ou sol, não importa. O que interessa é onde estamos, aqui e agora.
Só se acha quem se perde, e não adianta pegar atalhos. A felicidade é uma colcha de retalhos. Passado e futuro. Amor e dor. Alegria e tristeza. Todos se entrelaçam para dar forma e sentido às nossas pegadas. Caminhamos para onde quisermos, e levamos conosco a alma aquecida por essa colcha, dia após dia.
Olhamos para trás para seguirmos em frente. Saudade e esperança caminham juntas. É que já revolvemos nossos vulcões, encontramos algumas raposas e nos despedimos de nossas flores. Agora pegaremos carona com a nova migração de pássaros…
Voemos!"
"Amar é aceitar a partida do outro, quando ele não quer mais ficar. É entender que tudo está interligado. E que não agir, também é ação. Que a permanência não existe. Aceitar o efêmero, os ciclos, as mortes. É olhar pra trás e remover a culpa. Entender as relações como experiências únicas e transformadoras. Que tudo é soma, e não subtração. A dor física que, nesse momento, encharca o peito, deveria ser gratidão por algo que foi vivido. Aceitar a escolha do outro é também abnegar do seu ego. É ver o amor de forma universal, maior que apenas o seu desejo de posse. É entender que o outro não te pertence. É aceitar a liberdade, o voo. É querer a felicidade do outro. Não controlamos nada, nem ninguém. Importante olhar os processos, lembrar que a vida é movimento e que o amor é liberdade."

patrícia del rey 

domingo, 3 de maio de 2015

Que me desculpem os desesperados, mas solidão é fundamental para viver.
Sem ela não me ouço, não ouso, não me fortaleço.
Sem ela me diluo, me disperso, me espelho nos outros, me esqueço.
Não penso solto, não mato dragões, não acalanto a criança apavorada em
mim, não aquieto meus pavores, meu medo de ser só.
Sem ela sairei por aí, com olhos inquietos, caçando afeto, aceitando
migalhas, confundindo estar cercada por pessoas, com ter amigos.
Sem ela me manterei aturdida, ocupada, agendada só para driblar o
tempo e não ter que me fazer companhia.
Sem ela trairei meus desejos, rirei sem achar graça, endossarei idéias
tolas só para não ter que me recolher e
ouvir meus lamentos, meus sonhos adiados, meus dentes rangendo.
Sem ela, e não por causa dela, trocarei beijos tristes e acordarei
vazia em leitos áridos.
Sem ela sairei de casa todos os dias e me afastarei de mim, me
desconhecerei, me perderei.
Solidão é o lugar onde encontro a mim mesma, de onde observo um jardim
secreto e por onde acesso o templo em mim.
Medo? Sim. Até entender que o monstro mora lá fora e o herói mora aqui
dentro.
Encarar a solidão é coisa do herói em nós, transformá-la em quietude é
coisa do sábio que podemos ser.
Num mundo superlotado, onde tudo é efêmero, voraz e veloz, a solidão
pode ser oásis e não deserto.
Num mundo tão estressado, imediatista, insatisfeito, a solidão pode ser
resgate e não desacerto.
Num mundo tão leviano, vulgar, que julga pelas aparências e endeusa
espertalhões,
turbinados, bossais, a solidão pode ser proteção e não contágio.
Num mundo obcecado por juventude, sucesso, consumo, a solidão pode ser
liberdade e não fracasso.
Solidão é exercício, visitação.
É pausa, contemplação, observação.
É inspiração, conhecimento.
É pouso e também vôo.
É quando a gente inventa um tempo e um lugar para cuidar da alma, da
memória, dos sonhos;
quando a gente se retira da multidão e se faz companhia.
Preciso estar em mim para estar com outros.
Ninguém quer ser solitário, solto, desgarrado.
Desde que o homem é homem, ou ainda macaco, buscamos não ficar sozinhos.
Agrupamo-nos, protegemo-nos, evoluímos porque éramos um bando, uma
comunidade.
Somos sociáveis, gregários.
Queremos amigos, amores.
Queremos laços, trocas, contato.
Queremos encontros, comunhão, companhia.
Queremos abraços, toques, afeto.
Mas, ainda assim, ouso dizer: é preciso aprender a estar só para se
gostar e ser feliz.
O desafio é poder recolher-se para sair expandido.
É fazer luz na alma para conhecer os seus contornos, clarear o caminho
e esquecer o medo da própria sombra.
Ouse a solidão e fique em ótima companhia.
~ Hilda Lucas

domingo, 1 de março de 2015

tá tudo escrito nas paredes de concreto de brasília.
a vida é um oceano e a gente fica com o olhar atento pra ver baleias emergirem à superfície.
"é que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça."
coralina 

sábado, 7 de fevereiro de 2015

se uma caneta cair neste instante aos seus pés
e algum satélite a esmo essa imagem captar
tenha absoluta certeza de que amanhã
ela vai figurar nas páginas das redes sociais
em mil reprises nos telejornais
impressa em um flayer que você recebe num bar
ou na pilha de emails a encaminhar
mas depois, amanhã, nunca mais.

5 a seco

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

vida liquida

a vida é crua.
faminta como o bico dos corvos.
e pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
olho d’água, bebida.
a vida é líquida.
("alcóolicas", trecho do canto I, extraído do livro homônimo)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

pensando em formas de trabalhar no que amo, daí um tive presságios! vamos ao movimento menina! e como a vida gosta de causar acasos a gente vai brincando com os lampejos que ela nos presenteia.
tô com um desafio e preciso da ajuda dos amigos. acho que to com desafio geral! mês de janeiro é generalizado a falta de emprego, né? ainda mais na nossa área que já é difícil, fica mais difícil ainda... preciso de emprego pra não sobreviver! preciso de emprego pois minha alma quer continuar a viver.
o motivo desse anúncio de emprego é movido também por uma notícia inesperada de trampo. o Gustavo Freitas (o louco) me chamou pra fazer uma residência artística com ele o Vinícius Santana no rio janeiro por um mês. me jogou esse presente bomba num momento em que o desejo é grande, mas a falta dinheiro é muita. isso acontecerá no mês de março. agora é conseguir juntar o máximo de grana que eu conseguir pra viver essa aventura de acaso na cidade maravilinda.
daí pensei de fazer uma lista de coisas que faço e se alguém se interessar por alguma coisa podemos fazer um crowdfunding pra marcinha.
- já fiz gestão do agronegócio (incompleto), pode servir pra alguma coisa, tipo: cuidar de animais. tenho facilidade com cachorros e ando tendo encontros amorosos com gatos recentemente;
- já fiz licenciatura em dança. mas por conta da burocracia de separações tive que abandonar. dançar é minha cura. talvez isso sirva pra alguma coisa;
- cuidei dos meus dois irmãos desde os sete anos de idade e da minha irmã na adolescência enquanto minha mãe trabalhava. tenho experiência com cocos, choros, brincadeiras e cantorias pra acalmar quando precisar e outras coisas, do tipo: subir em árvores com elxs;
- estive em todo o processo de parto da Jessica Cardoso, como amiga e filmando o momento lindo e intenso do renascimento da vida. posso filmar partos! a rita e a dawn (as maravilhosas parteiras da jessica disseram que eu sou sensível pra estar num parto e que levo jeito pra coisa). foi um processo transformador estar lá! tenho que agradecer a jessica e o Diego Rodrigues por esse presente imensurável da vida;
- eu mexo com captação de imagem e edição. tenho um relacionamento sério com x vídeodança. alguns filmes meus participaram de festivais fora e aqui na casa. sei lá... se alguém pilhar de dançar a gente brinca com isso, ou outra coisas. segue os links ( monotonia:http://vimeo.com/85855830 / piso: http://vimeo.com/66816041) ;
- já fiz teasers de dois espetáculos ducas! o aquário (https://www.youtube.com/watch?v=nTfHmt9ayY8) do Grupo Liquidificadorque meu doce amigo Kael Studart me chamou e do carnaval de kitinete (https://www.youtube.com/watch?v=DkLtUtlbTv4 /https://www.youtube.com/watch… ) do Leonardo Shamah. ah, também captei as imagens do autópsia (https://www.youtube.com/watch?v=zFBgVFnYbdc) do Jonathan Andrade. E não posso esquecer da cia. víçeras (http://vimeo.com/113537496 / http://vimeo.com/112826488);
- eu tenho uma drag queen – rabita vila vicentina del rio, mas não temos tantas experiências como as maravilhosxs Drag Queen Mackaylla Larissa Hollywood;
- sei cuidar de casas. minha mãe sempre me botou pra cuidar da casa desde criança e pro meu desespero e alegria cultivo uma esquizofrenia por limpezas.
- sei fazer comidas de improvisação. gosto de criar receitas novas. mas de clássico as pessoas gostam do meu mousse de maracujá e caem de paixão pelo mousse de pitanga. ando pensando em fazer um mousse de siriguela. minha ultima obra foi na cozinha da Clara Maria Matos com os provadores mais lindo e generosos Medro Pesquita e Loucas Figueiras. eles podem dar o relato dessa experiência;
- faço licenciatura em artes cênicas. tô no sétimo semestre fora do fluxo;
- gosto de pesquisar, já fiz três pibic’s (coisa acadêmica);
- sei subir em árvores, nesse tempo de frutas posso fazer esse corre sem custos de mercado;
- sei cuidar de plantas!!! tenho amor por cuidar de plantas;
- amo fotografar, não saco muito. mas já fotografei os meus instantes (mais experiência) ;e o ultimo projeto do Mestre Zé do Pife e as Juvelinas;
É isso gente! tô aberta pro novo e não tenho melindres pra trabalhar, onde for preciso eu vou pra continuar alimentando o meu sonho de fazer aquilo que me transforma.
se alguém se interessar por algo é só entrar em contato por in box.
desde já grata!
ah, quem puder compartilhar também vai ser massa!!
Emoticon wink

a leveza de descobrir a minha doença num filme


sábado, 10 de janeiro de 2015

bota esse menino pra nascer


e que se foda meu aniversário. já estou ganhando meu presente mais vivo e pulsante. Vida. nada menos que o abismo livre que desejei ontem no ritual do fogo. Cada um que estava presente desejou aberturas para esse momento único, potente, precioso e incrível. Um processo nascente, cambiante, dançante alimentado de luz e amor. o amor tem dessas! Caê nasceu!!

dilatamento do corpo


ô  céus, ô vida, ô divino que me dilata! gratidão por cada pessoa que já encontrei até hoje nessa vida, gratidão por cada desejo de amor que recebi ontem, pela lua amarela de ontem, pelo nascimento do coração novo que recebi na virada... o recomeço, amor, morte e nascimento! que os encontros em minha vida sejam cada vez mais profundos, sinceros, alegres e o que tiver pra ser de vida. gratidão vida! 

domingo, 4 de janeiro de 2015

agora me vejo de fora




Agora me vejo de fora
Caminho e abandono a memória
E saio num passo corrido
No peito um solfejo contido
E tudo tá mais colorido
O foco tá bem mais preciso
Agora eu vejo o que sinto
E tudo faz bem mais sentido

Agora me vejo de fora
Caminho e abandono a memória
E saio num passo corrido
No peito um solfejo contido
E tudo tá mais colorido
O foco tá bem mais preciso
Agora eu vejo o que sinto
E tudo faz bem mais sentido

O custo de todos os riscos
Do forte ao mais agressivo
Das coisas que a gente se lembra

o que não tem resposta


o que me move
é o que me falta
o que não mais espanta
é o que me mata
o que me assusta
é o que me alcança
o que me impede
de entrar
na dança
o que me espera
é outra estória
o que tem pressa
é o que me cansa
o que me assusta
é o que te alcança
o que te impede
de entrar
na dança
e o que não tem resposta
a gente canta
e o que não tem resposta
o que me move
é o que me falta
o que não mais espanta
é o que te mata
o que me assusta
é o que te alcança
o que te impede
de entrar
na dança
e o que não tem resposta
a gente canta
e o que não tem resposta

sábado, 3 de janeiro de 2015

Começar uma coisa minha. Um sentimento de dentro. Eu. Agora não me importo com as letras minúsculas e nem com as maiúsculas. E nem com sentido das coisas, da concordância, das vírgulas e nem com os pontos finais. Eu não sei mais diferenciar o recomeço com o fim para o recomeço. Parece que não existe o fim, daí recomeço. Mas não existe o fim. E existe de fato. (Não sei. é liquido.) é fato para o recomeço. Tudo isso que eu falo confuso é sobre o amor. Uma coisa minha que chamo de amor e queria compartilhar com qualquer um que estivesse dispotx a estar comigo nesse exato instante. Esse que é quente e mais uma vez só. Eu que tenho intimidade com a solitude tenho cansado de tanta fuga. Tenho cansado de escrever cartas de dois meses, tenho cansado do amor. é triste dizer isso. Me desculpa. Me perdoa. Eu sinto muito. Eu tenho tentado, mas você tem uma fascinação pela fuga, pelos inúmeros recomeços em direção ao tudo. será que você alcançou o tudo fugindo  do nós? E aquele olhar de centímetros de pele não foi suficiente para eu alcançar o seu mundo mais interno? falamos sobre a mesma coisa de maneiras diferentes. É sobre o encontro que deixo meus abacates caírem no chão. De certo outro alguém além de mim poderá saborear esse cremoso gosto verde e amarelo. é do amor que comecei uma coisa minha. E se eu disser que quero aprender a me amar e a te amar ao mesmo tempo? São coisas minhas. Suas. Delx. Do Lucas, aquelx garotx com atadura no rosto e que dançava com sua caixa de música. Elx não tinha rosto e dançava a sua forma. é a Sheila. Eu acho que é sobre o amor que ela dançava. Um dia ainda sonho encontrá-la dançando pela cidade. dessa vez irei olhar longamente para os olhos dela e vou dançar. Vou dizer que sim – eu ainda acredito no amor! ás vezes eu me canso porque daí eu recomeço amanhã.