Olho o meu rosto refletido no espelho. E tudo que vejo é ele se perdendo, se partindo em mil pedaços derramados no chão... Parecem saírem de mim. Fragmentos, estilhaços, ossos, olhos... Esparramam por todos os lados. Tudo que me resta é fugir para o oeste dos meus pensamentos. Lá sou inteira...
quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
Carmencilta
Anita Malfatti
sexta-feira, 26 de março de 2010
Cadê meu eixo?
Não paro de procurar. Fico na espreita. Aguardo silenciosamente teu olhar... Respiro. Inspiro. Medito... Mentira! Fico aflita por respostas. Onde está teu olhar? Onde foi parar meio eixo? Não sei se escuto arritmias em meu coração, mas parece que ele vai explodir. Vou voltar a meditar se não esse pobre coração que já não bate bem das ideias vai acabar tendo um enfarto no miocárdio. Respiro. Inspiro. Respiro. Inspiro. Respiro. Inspiro. Respiro. Inspiro. Respiro. Inspiro. Chega...
Interrogação
Ai, não sei dizer... Mas eu sinto você presente. Ai, que vontade que me dar de ficar mais um pouquinho te olhado, desvendado seu ser tão materno. Como faz para disfarçar a intenção? Como faz para não gostar de você? Como faz para se dizer o que quer ser dito? Como faz? Me diga, senhorita de olhos tão verdes. Menina lua que me ilumina. Diz para mim qual a intenção? Ai, de mim que não sei o que dizer... Olho-te com atenção te abraço com afeto, procuro alternativas para ser um pedaço, extensão do seu ser. Como faz para ficar alegre? Como faz para te conhecer? Como faz para te entender? Fala para minha qual sua intenção? Ai, que ainda te pego no pulo...Te faço de meu. Te faço um carinho. Te toco mansinho. Te conto um segredo. Te conto a intenção...
quinta-feira, 25 de março de 2010
?
Lararará...
Lararará...
Como faz pra dizer que não?
Como se disfarça a intenção?
O que fazer com a obrigação?
Como faz pra te conhecer?
Como faz para te esquecer?
Como faz para amar você? Você.
Como faz para não cantar?
Como faz para arrepiar?
Como faz para se entreter?
Como faz para andar na rua?
Como faz para ver o dia?
Como faz para ter alegria?
Como faz para musicar?
Como faz pra não machucar?
Como faz para se libertar?
Como faz pra ficar feliz?
Como faz para não morrer?
Como faz para entender?
Que se faz...
Só para fazer.
Lararará...
Lararará...
Clarice Lispector
quarta-feira, 24 de março de 2010
Tiê
Antes de dormir ouço essa música umas três vezes. Agora e segunda vez que estou escutando, talvez escute mais um pouquinho, não sei. Loucura... Depois vou descansar.
Te valorizo (Tiê)
Se eu pudesse mostrar o que você me deu
Eu mandava embrulhar chamaria de meu.
Melhor forma não há, pra guarda um amor.
Então preste atenção ou me compre uma flor
Vem, me faz um carinho, me toque mansinho,
Me conta um segredo, me enche de beijo.
Depois vai descansar, outra forma não há
Como eu te valorizo, eu te espero acordar.
Se eu ousar te contar o que eu sonhei.
Pode ate engasgar, pagaria pra ver.
Melhor forma não há, pra provar meu amor
Eu te presto atenção tento ser sua flor.
Vem, te faço um carinho, eu te toco mansinho,
Te conto um segredo, te encho de beijo.
Depois vou descansar, não vou te acompanhar.
Espero que entenda.
Vem, te faço um carinho, te toco mansinho,
Te conto um segredo ou te encho de beijo,
Depois vou descansar, não vou te acompanhar.
Espero que entenda e volte pra cá.
...cinco até agora, agora vou descansar...
terça-feira, 23 de março de 2010
Foco
A primeira vez que te vi pouco dei atenção... Rosto marcante, olhos verdes claros, jeito de menina desafiadora, petulante, nariz empinado. Essas foram às únicas sensações que abstrai no primeiro contato. Mas, alguma coisa me atraiu, ainda sem saber o que. Talvez ficou evidente quando você tocou aquela música do Yann Tiersen. Fiquei baqueada com escolha musical e fascina com que pude ver. Mesmo assim não te dei atenção... Observando as coisas ao meu redor, pessoas, objetos, deparei com seu olhar. Silêncio. Não conseguia desviar meus olhos dos seus. Você reparou e logo mudou a direção dos seus. Te assustei... Tudo que eu via era quem realmente você era apesar de não te conhecer... Olhos tão profundos e misteriosos. Depois em relasse você reverbera pela sala que não conseguia me olha nos olhos porque eu te desafiava, assustava. Eu sei que assusto as pessoas com meu olhar certeiro, mas você não era desafio. Queria fazer parte de você naquele breve momento de trocas de olhares. Tempo. É o que nos espera, ou me espera, não sei... Eu sei esperar. Eu espero. Um olhar certeiro seu.
segunda-feira, 22 de março de 2010
PETER BROOK
domingo, 21 de março de 2010
Nossa morte de cada dia
Eu morro todo dia... Hoje morri mais um pouco com seu último suspiro. Meu coração parou de bater... segurei sua mão, pedi pra você não ir, disse que te amava... e você foi para onde não posso mais te acompanhar... Eu morro todo dia, com ação do tempo, das perdas, das doenças, dos vícios... mas sua perda me fez morrer mais uns dez anos subitamente...
É engraçado que ela é tão presente. Sim... a morte. Só o fato de estar aqui, já estou morrendo um pouquinho, respirando, sofrendo sua perda. Isso me assusta. É, por que é bem fácil não estar mais aqui. Basta eu querer, e pronto... Mas, não posso fazer isso com você. Você que sempre quis meu bem, minha atenção. Não vou me abater.
Prometo que ficarei bem... até me divertir mais com as perdas, não me entenda mau. Eu ficarei bem...
sábado, 13 de março de 2010
Pedras
Tormenta
Se eu pudesse explodir, explodir agora minha família. E, das cinzas fizesse ressurgir uma que fosse perfeita estaria mentindo pra mim mesma... –Desculpe, não depende só de mim essa reforma... Os defeitos não são só meus, a impaciência, os gritos, as brigas... faço o que posso você precisa entender, mas não depende só de mim.
(...)
Silêncio
Vivo machucando-me em carne viva, exposta aos meus olhos, secreções escorrem lentamente, lentamente em minha pele enrugada, amarga, acabada... Dores já não fazem o mesmo efeito como no tempo em que parecia que eu iria morrer a qualquer momento. Agora são bem vindas, festejadas... aclamadas com ironia. Pode parecer que sou amarga, tempestuosa, mas não sou de todo mau só quando quero espantar meus temores pra bem longe do meu convívio. Até posso ser generosa... eu me suporto porque sou meu próprio fardo. Não se assustem com que vou dizer, mas não temo o fim que se aproxima a cada piscadela. Dizem que sou assim porque sofri muito, não fui amada por ninguém, não fui desejada, não aprendi amar e de fato nada disso me aconteceu. Não aconteceu porque não permiti sentir tais sentimentos humanos. Não gosto de ser humana... cometemos atrocidades... Agora apenas por um instante peço silêncio a vocês. Silêncio. Mas, não existe silêncio... Silêncio!...- Sua mente continua martelando, gritando? A minha também. Não existe silêncio...
quinta-feira, 11 de março de 2010
Diz pra mim cadê você?
Posso está ausente, mas não ausente de mim... Dúvidas, incertezas, martírios, medos... O não ausente de mim ainda prevalece mesmo com as dúvidas, as incertezas, os martírios, os medos... De repente como um susto diante do espelho, tomo consciência das minhas lamurias. Ausente... ausente... ausente de mim? Já não tenho certeza. Contradições permanentes... Se eu pudesse mostrar o que se passa, talvez ninguém entendesse. Mas se eu ousar te contar o que se passa pode até se esforçar não entenderia... Então preste atenção, lute por mim, me entenda me tire daqui... Vem! Me de sua mão e faça o que me melhor lhe parecer pra salvar meu coração... Depois vou descansar.
domingo, 7 de março de 2010
Planetário
Viajei pra bem perto das estrelas e nem precisei sair do chão. Sentada e acompanhada por crianças berrantes, eufóricas, bagunceiras, festeiras, até arrisquei uns gritos abafado por elas. O que se ouvi além dos gritos eram meus risos... – Se preparem para maior viagem de suas vidas. Contagem regressiva 1, 2, 3, 4,5... Chegamos às galáxias... –Gira, gira, gira, gira, gira, gira, gira... Elas não paravam de repetir... Outra sacudida e voltamos pra terra firme.
sábado, 6 de março de 2010
Então, não seja...
Oito pessoas... Desafio cada olhar que atravessa os meus, calmos, sérios esperando meus deslizes... um em especial me incomoda, riso de boca aberta debochado, sentenciando minha derrota. E perco não por elas, mas por minha incapacidade de fluidez.
terça-feira, 2 de março de 2010
Mundo meu
Existem bilhões de pessoas no mundo, mas só precisamos de algumas para compartilhar afetos... Olhei o mundo e não gostei do que vi, então, fiz um só pra mim. E é lá sei, que não vou encontrar mentiras... Tentei deixá-lo perfeito...