terça-feira, 2 de novembro de 2010

Caixa Vazia

De repente esse lugar é só nosso. As paredes denunciam nossa presença. Olha quanta coisa nossa envelhecida pelo tempo. Nossa roupa de carnaval não cabe mais em nossos corpos. Não reconheço mais seu corpo, suas mãos já não são mais quentes. Coloca uma música? Essa mesmo. Não aumente o volume! Que mania de querer preencher o silêncio. Abaixa! É só pra eu e você escutar... Lembra do nosso primeiro carnaval? Esse foi o melhor carnaval das nossas vidas... Abaixa tá auto demais! Cuidado com essa radiola você vai quebrar a agulha. Volta àquela música. Não aumenta... Os remédios acabaram. São apenas caixas vazias... Senta comigo? É pequeno o sofá... Aonde você vai? Me lembrei que nunca gostei de carnaval. É felicidade forjada. De repente todo mundo é feliz no carnaval... Que barulho é esse? Pára. Pára com esse barulho. Pára. 

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