domingo, 29 de abril de 2012

‎"Quando menos se espera, tudo reverbera."

contamin[ações] de sent[ir]es

as palavras andam envelhecidas para dizer as coisas.
meu estado é de um jardim correndo.
qual é minha errância?
porque o descaminho me faz rodar sem rumo.
fui deixando meus corpos no caminho.
corpos são vias.
quantos corpos vamos deixando pelo caminho?
ativar o músculo da imaginação.
costurar  memórias.
Fronteiras borradas, esgarçadas, tecer memórias.
corpo usina de sentidos.
contaminações, hibridismos, rupturas...
eu sou descomportada.
conceitos diferenciados.
pró-noia ó-posto à paranóia.
iteração.
somos todos moscas.
mar(ia-sem-ver)gonha.
rizoma fuleiro.

fronteiras borradas, esgarçadas, tecer memórias.


meu relato vômito choro do dia de hoje. grito, escorro.
ensaio 1, espaço quadrado em busca de um abraço que dure um instante de uma alegria pós-morte.
Brasília qu[ente].
28 de abril de 2012 um tempo agora de lembrança ou quanto dura um abraço que não veio no ensaio quadrado.
memór-ia.
corpo no espaço
cênico,
cínico.
carão em cena, fuga. REPENS-AR.
o que é esperar um abraço? o que é estar em cena e esperar um abraço?
não quero um abra-aço.
quero abraço, pele.
carão, [sol]uções.
ação com intenção (...).
corpo cênico estruturado [carão] (Mar.cia).
solto, malandra, braço, beleza malandra, sorriso, lábios (...).
blazé (...).
bom moço (...).
...
para onde vai meu olhar?
como transit-ar?
li[ame]s.
olhar o espaço além do cercadinho.
contamin[ar]-se, [entre]tecer-se, [entre]laç[ar]-se, transit[ar]-se, [entre]tecer-se (2x), tr[amar]-se,  imbric[ar]-se...
corpo devir, corpo vazio, entre lugares, entrelaçamentos, acontecimentos, o entre, corpo passagem,território, sentidos, efeito, afetos, emergências...
corpos são vias.
transitar em si mesmo, descobr[ir]-tecidos, peles. abr[ir] espaços internos. tornar a respiração visível.
...
Imagem (desenho feito no diário de bordo me procure para visualizar): pula perolas.
ritmo da corda. tempo está passando, tempo quente, barriga vazia, estridente, grito, choro.
resp-ir[ação], emo-ção, des-control-e.
subverter-se: fruição, fluidez.
resp[ir]o: onde estamos, para onde vamos?
deix[ar]-se IR, DEIXAR ESSE PEITO VO[AR], ESCORRER, DEIXAR V[IR].
...
que tipo de abraço eu dou no outro?
leva comigo esse abraço?
“fui deixando meus corpos no caminho.”
alamedas C.É.U na B [O C A].
minha beleza malandra.
corpo, peito, barriga, buceta, olhos, dedos, pés... CORPO TODO M-EU, ACEITO.
...
o abraço veio após o ensaio
a base de choro guardado no peito, nas costelas, no trapézio
a sete chaves 
perdi o controle e ela me abriu um chão de abraços
e para carinho não se diz obrigada
se abraça, se entrelaça com o outro...
somos instantes.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

recebi o primeiro postal
do Pessoinha, filho do Grande Pessoa - Fernando

Caeiro

Gosto do ceu porque não creio que elle seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa numa parte e numa parte acaba
E que agora e antes d'isso ha absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um principio e tem um fim,
E que antes e depois d'isso não havia tempo.
Porque ha de ser isto falso? Falso é faltar de infinitos
Como se soubesse o que são de os podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de cousas.
Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é cousas.

[Poema inédito, sem data, transcrito por Jerónimo Pizzaro.]

"... tudo está ao alcance de nossa sensibilidade, que há um pouquinho de morte na constituição de tudo a nos reunir no mesmo barco á deriva."

segunda-feira, 23 de abril de 2012

fui comprar uma agulha e me perdi no meio do caminho. uma baleia peralta me comeu, misteriosa.

domingo, 22 de abril de 2012


vamos botar chapéu de burro na cabeça
cometer despropósitos, pintar um céu amarelo
deixar a tristeza passar, o carnaval chegar
vamos recitar, verter um amor
vamos sambar na via láctea, atravessados
transitar no céu às 18h
cantar, dançar, gritar... essa é a lei
“vamos dançar
qualquer coisa
é melhor
que tristeza
por favor”

sábado, 21 de abril de 2012

Os Comedores de Estrelas


"Os Comedores de Estrelas - A moderna tradição de Brasília" é um documentário idealizado e produzido por Júnia Cascaes, integrante do grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro.

Brasília, a jovem capital do país, busca sua identidade em meio a várias possibilidades artísticas e a diversidade cultural. 
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro nasceu no ano 2004 com intuito de formar uma cultura tipicamente brasiliense. O grupo recria a cultura popular e ao som do Samba Pisado, se utiliza da dança, da música, do circo e do teatro para contar o Mito do Calango Voador, história lendária de como surgiu Brasília e o Cerrado. E é de festa que a brincadeira criada pelo grupo representa a cidade. 

Produção/Direção/Edição: Júnia Cascaes
Edição de imagens: Guilherme Oliveira
não podemos trabalhar com estereótipos, temos que estar abertos criativamente.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

verbo transitar


"As folhas das árvores servem para nos ensinar a cair sem alardes."
ando sendo acometida por uma felicidade transitória
no toque com o outro, nas relações de troca com novos estranhos
na dança da vida e suas infinitas possibilidades
no não dizer em palavras, mas sentir a felicidade que dança

eu desde do inicio
danço a minha vida
eu improviso
é o que de melhor eu sei fazer.

"p a r a a l é m da boca, dos d e d o s , passa paredes - corações.. e alcança. mesmo baixinho, mesmo soprinho."


lado A

hoje eu acordei querendo comer o mundo para além boca. encher um balão de tanto ar e flutuar sobre a terra lendo um livro, dançando uma dança feita para ser livre. pássaro. verter em amor o que em mim não recebe luz. hoje acordei com uma vontade, muitas vontades, vontade de toque, de afetos, de gente escorregando sua pele na minha. hoje acordei querendo esvair música do meu corpo, voar por cima de todos e de mim. hoje acordei Isadora Duncan no tempo de criança dançando o mar, pulando montanhas. subvertendo o mundo banal, o mundo brutal.

lado B

hoje eu queria gritar uma dança sem códigos, sem passos coreográficos. eu queria apenas dançar em sentir e não em marcar um tempo, uma seqüência lógica de movimentos. eu queria novamente a leveza do despertar da manhã e o querer comer o mundo além da boca e voar sobre a terra. 

extras

a manhã acabou, 
a vontade cresce

amanha quem sabe, no meu processo, assimilo melhor a sequência coreográfica da vida
para depois subvertê-la em dança. 


Se a minha virtude é uma virtude de bailarino; se
muitas vezes saltei de pés juntos em êxtase de ouro e
esmeralda; e se o meu Alfa e Ômega é tudo o que é 
pesado  se torne leve, todo corpo vire bailarino, todo espí-
rito vire pássaro: então, em verdade, é isto o meu Alfa e Ômega. 

Nietzsche

sexta-feira, 13 de abril de 2012

eu te pergunto, você me responde. em um ônibus lotado você conseguiria não encostar seu corpo em outro corpo? 
você já tentou entrar num ônibus lotado e conseguir a proeza de não encostar em ninguém?
se alguém nesse planeta conseguiu essa façanha, por favor, entre em contato comigo, ao menos por telepatia ou por cartas.

hoje eu fui acusada por um boçal (homem), dentro do ônibus astronomicamente entupido de corpos enlatados, de esfregar meu corpo no dele.  e eu que não queria incomodar o santa conforto daquele homem, muito menos ESFREGAR meu corpo no dele, pacientemente, me afastei o máximo possível daquele corpo insensível. e teve pena, aquele homem não conhece sua casa. 


Nem todo azul, nem todo distante


transições
tempo
sensações
água
arte
corpo
movimento
vida
imagem
azul

domingo, 8 de abril de 2012


uma música para dançar a noite de hoje que será longo entre textos de anatomia, mas especificamente sobre dores que eu tenho na cintura escapular. andei vendo uns vídeos de anatomia esses dias e fiquei de cara com as articulações do ombro. é uma região super articulada, o corpo humano é uma preciosidade incrível. descobrir e trabalhar com as articulações na dança tem me proporcionado ótimas sensações. talvez eu dance essa noite com essa canção pensando nas articulações do corpo. 

sábado, 7 de abril de 2012

apareceu um menino tão pequeno aqui em casa doando seus brinquedos, que eu sem saber, peguei todos.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

"você precisa ser mais louca."

você precisa ser mais louca
você precisa ser mais louca
você precisa ser mais louca

não pense muito, faça a loucura.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Se eu te ligasse dizendo: ... sou eu a Marcia, estou em Brasília, cinco dias atrasada. Você quer me ver?

domingo, 1 de abril de 2012


não sinto saudade
não lembro de você
qual é seu nome?

Mahna Mahna... tchu tchururu

a cada novo respiro um novo questionamento. pisco o olho e já me pego pensando na minha vida, o que será do presente de amanhã. como será eu não sei, eu não sei. eu não sei. posso repetir essa frase contando carneirinhos antes de dormir. eu não saber, ainda assim me move por muitos caminhos. ás vezes dá aquele medo no céu do estomago, mas caminho em desiquilíbrio ensaiando os primeiros passos de uma criança, que quer comer o mundo com a boca. que quer conhecer, tocar, brincar... eu não sei se amanhã vou ter tempo para ler os livros que tanto quero ler, mas hoje parei por uma hora. você sabe o que é parar por uma hora de baixo de uma árvore de limão? armei uma rede no improviso e li um livro com muito mais gosto, ai dormir sem ter que pensar que me fodi. se me fodi, foi pro meu bem. acordei olhando pro céu me querendo com seus olhos grandes. e de repente fez um sentido grande estar presente do que estar no presente.