quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Adeus!

Outro dia eu acordei com o barulho dos meus gritos. Logo acendi a luz para que meus medos não me apagassem no escuro. Sonhei com meu fardo... Estou longe de você, mesmo assim me atormentar todas as noites... Nossas vidas estão entrelaçadas de uma maneira que não consigo me libertar. Você está feliz, não está? Arrumou outro alguém que te queira bem e deixou meu coração. Entreguei meu coração minha atenção, mas se foi como um vento passageiro. Plantei no meu jardim um sonho bom e na primeira chuva de verão tudo acabou. Por isso peço que saia do meu intimo. Fique longe dos meus sonhos. Não volte aqui... Eu tive uma ilusão. Adeus!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Engrenagem

Estou aqui! Não estou? Tentando fazer minha parte. Sabe o que é mais difícil? O começo. É sempre a mais difícil das situações. Pra mim o começo é sempre difícil. Olha eu aqui. Tendo a oportunidade de começar algo, mas não consigo escrever algo significativo. Chega a ser torturante olhar para esse papel em branco e não conseguir dizer nada pra ele. Qualquer coisa. Olha seu papel branco, você causa irritação nas minhas pupilas. Não! Não posso ser tão grossa assim. Não com você. Não seria justo. Você não consegue nem se defender. Eu só quero que me ajude um pouco. Até agora só disse bobagens e por um excesso de angustia fui estúpida com você. Isso é o que dá querer dizer algo. Não sei quem foi que disse que escrever é mais fácil do que falar. Mentira! Maldita mentira deslavada. Falar é bem mais simples sem rebuscamentos não precisa se preocupar com as vírgulas. Merda. Nem sei onde colocá-las. Descuido meu, eu sei. Talvez tudo isso seja um absurdo. Ninguém escreve nada pra um papel branco que um dia foi uma árvore verde e feliz e agora pra sua má sorte é um papel branco sem cor e sem vida. Você está morto... Por incrível que pareça eu sei que você está me olhando. Tá tudo bem. A sua cor branca nem me irrita tanto assim. Eu gosto de branco, branco cor de papel. Ficou feliz agora? Não? Tá vendo? Não consigo dizer nada significativo nem para um papel consigo ser agradável e confiável. Sou desprezível e má. Tendo que descarregar minha frustração nesse pobre amigo que sempre me acompanhou, na minha infância, lembra? Os primeiro rabiscos, aqueles desenhos horrorosos que eu achava lindo, coitado, eu só te envergonhava, a minha primeira carta de amor cheio de melosos corações grandes e vermelhos sangrentos. Nossa, nem posso imaginar que fiz isso com você. E eu aqui de novo tentando manchar você mais uma vez. Escrevendo centenas de palavras sem um único significativo. Dando-te mais cicatrizes. Só de pensar que um dia você foi uma árvore verde e possivelmente com mais cores e agora é mão de obra, apenas uma engrenagem. Eu faço parte disso. Desculpe? ... Eu também posso ser apenas uma engrenagem...

La crise

Tornei-me uma pessoa gélida e um tanto lúgubre. Não eu quero ser assim, mas as circunstâncias me levaram a isso. Estou me declinando a esse mundinho incessante de normas e padrões estabelecidos por quem eu não conheço. Vejam só a ideologia que está se formando... “O que eles fizeram comigo?”... Esqueceram-me aqui, me deixaram sem voz, sem um coração. O mundo é tal cruel pra quem não tem oportunidade. Porque é certo, nesse mundinho só ganha os mais fortes. Talvez eu não tenha uma história pregressa. Nunca fiz nada que possa contribuir para sobrevivência do ser humano. Mas tudo bem, eu ainda tenho algum tempo de vida quem sabe até o resto dela eu não faço algo que realmente vale à pena. Não quero e não devo sentir esse clima soturno meio gótico que se formou sobre minha cabeça já latejada de tantos gritos. Se não posso dedilhar minha vida ao menos queria arquitetar o meu futuro. Que futuro? Desse jeito não vou chegar a lugar nenhum. Eles estão masterizando o meu pensar. Como se minha cabeça fosse um software de código aberto pra que eles possam entrar e danificar o meu sistema. Pense na agressividade, no moralismo, na barulhenta simpatia, pela religiosidade fanática, como “o bem contra o mal”. Isso virou coqueluche para as massas dominantes, perversas. Antilógicas do subconsciente, onde se fudem instintos de vida e morte. Talvez tudo isso seja fruto da minha imaginação fantasiosa... “La crise”. Talvez não! Eu nem sei o que estou falando aqui. Merda! Queria que esse mal dissipasse, desvanecesse no ar. Fizesse perder todas as forças dos egocêntricos e dos megalomaníacos. Ás vezes me pergunto se isso é um sonho daqueles que não se acorda nunca mais. Ou é uma realidade da qual se acorda e permanece a mesma, parada, estancada. Cansei de ser apenas uma engrenagem... Outro dia eu tava me lembrando de uma frase- “A lógica não esgota o pensamento”. Nem sei de quem seja essa frase mais ficou guardada na minha memória. Ela não é apenas o bastante para explicar inteiramente o processo de pensamento. Bobagem! Que absurdo que acabei de dizer... Olha só que pessoa me tornei, raivosa, acuada, decadente. Agridoce com todos que estão ao meu redor. Com esse encadeamento lógico de palavras talvez pude criar um absurdo, um perfeito absurdo. Um absurdo de alguém que põe no papel toda a lógica do seu pensamento. E o resultado é nada! Virei contradição. Já não sei o que é real... Cadê a minha verdade? Que não é única. Não é inteligível.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Se essa rua fosse minha

Se essa rua fosse minha, eu plantaria uma semente de amor, e em cada vaso que inspirasse a beleza de aquetar-me dentro do peito, caber em mim. Se essa rua fosse minha, não haveria noites sem luar. Se essa rua fosse minha eu projetaria em cada esquina outras luas para iluminar meu amor. E se essas luas não fossem suficientes eu viajaria para outro planeta atrás de novas luas. Mas se meu amor não me esperar não ficar satisfeito com meu empenho, fico por lá mesmo e encontro outro alguém que não precise de tanto para me amar.

Quando se desperta

Quando se acorda, quando se abre os olhos, quando se desperta... e percebe-se que um pouco do grande amor já se foi, tudo parece ficar estático...

sábado, 9 de janeiro de 2010

Se essa rua fosse só minha...

Se essa rua fosse minha, eu plantava pés de feijão. Feijões bem grandes. Se essa rua fosse minha, eu manda colorir todas as casas de azul. Azul do céu. Só para poder olhar mais um pouco o azul do amanhecer refletir o meu amor. Se essa rua fosse só minha, não queria lá morar. Mas, se essa rua fosse nossa, eu até coloria de vermelho algumas casas e pediria para construir um jardim secreto para nosso amor guardar. Seria o amor crescendo em nosso santuário com pés de feijão bem grande para que nosso amor não morra de fome.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Marisa Monte com Julieta Venegas | Ilusão


Uma vez eu tive uma ilusão
E não soube o que fazer
Não soube o que fazer
Com ela
Não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei
Eu só sei que ela se foi
Mi corazón desde entonces
La llora diario
No portão
Por ella
No supe que hacer
Y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz
É a ilusão de que volte
O que me faça feliz
Faça viver
Por ella no supe que hacer Y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque no me dejo
Tratar de hacerla feliz
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ei, o quê é isso, hein?


Ei, o quê é isso, hein? Você pode me dizer o quê que é isso? Isso que tá pulsando descontrolado aqui dentro de mim, você pode me dizer o quê é isso? Eu acho que é um desejo. Eu acho que quer fugir do meu controle. Não. Eu acho que já fugiu. Não sei. Eu tô confusa. Desde que isso começou, eu tô assim, confusa. Mas ao mesmo tempo me sinto tão humana, tão viva!...E isso me assusta, entende? Ás vezes eu acho que vou explodir. Uma vez você me disse que era amor, prazer, entrega ao outro que se deseja. Mas e se o amor acabar como é que fica esse amor que não se entrega a mais ninguém? Um amor tão puro que ainda nem sabe a força que tem... Ás vezes me pergunto o quê que há dentro do meu coração que escapa da minha razão. Olha, eu preciso te dizer... Olha pra mim. Você é a razão de tudo isso. Acho que é esse seu jeito de franzir as sobrancelhas quando está me olhando. Parece que esta sempre querendo me lembrar de alguma coisa importante que esqueci. Mas me desculpa, mas eu fique magoada com sua ideia a meu respeito e gostaria de deixar bem claro, mais uma vez, que eu não quero me eximir de você e mesmo que eu quisesse seria impossível ate mesmo quando tento tudo me lembra você até as coisas que eu não faço ate as coisas que eu esqueço de fazer porque você não está aqui pra me lembrar. E é isso que me assusta, entende? Tenho medo de perder ess...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Pão Doce

Hoje fugi do que fui. Hoje fugi de você, fugi do medo de deixar você. Não olhei para trás, eu podia desistir, mais não! Dessa vez não! Por mais que as lágrimas caíssem todo o peso de carregar você desapareceu. Não vou carregar mais aquele sentimento descaso de sua parte. Fugi pro mais longe que pude para não mais escutar seus pedidos de desculpas as suas promessas não cumpridas. Você não será mais um peso pra mim. Cheguei o mais longe que pude até encontrar apenas desconhecidos, tão próximos. Já não pertenço a ninguém eles também não me pertencem. Eu vim parar aqui, onde se parte, se chega e se espera... Estou aqui não sei a quanto tempo esperando algo acontecer, e com isso aprendendo a lidar com o nada... Me deu uma vontade louca de comer pão doce. Sabe aqueles pães doces coberto por cristais de açúcar bem grande como sal grosso? Exatamente um desses. - Você sabe onde posso comprar pão doce? Perguntei a todas as pessoas que estavam ali fazendo suas coisas particulares e corriqueiras. E por mais que eu procurasse por mais que eu perguntasse não conseguia encontrar nenhuma pista que pudesse me levar ao encontro de um pedaço de pão doce, qualquer seja, pão dormido, pão mordido, pão comido, pão duro, mas que seja pão doce. Por sorte encontrei um moço que esperava na estação e que por sinal era muito bonito, ele me disse: - Aqui não há estabelecimento onde se possa comprar pão doce, mas na próxima estação você vai encontrar e em cinco minutos o trem chega. Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali esperando o barulho do trem chegar. Tanto tempo... Não sei se os cincos minutos passaram ou não, ou passaram-se dias. Eu não me canso. Perguntei inúmeras vezes ao moço demasiadamente bonito se os cincos minutos haviam passado. Talvez eu perguntasse tanto apenas por pretexto de observar mais um pouco sua beleza incalculável...-Os cincos minutos se passaram? Ele: - Só passaram apenas dois minutos. Então a única coisa que me resta à única coisa que me resta a fazer é esperar...

Linhas




É tudo uma questão de linhas. A linha de chegada no final de uma apresentação importante. A linha de espera por uma chance. Depois tem a linha mais importante de todas, a linha que te separa das pessoas com quem convive, não te ajuda nada chegar muito perto delas, nem fazer amigos. É preciso ter limites entre você e o resto do mundo. As outras pessoas são complicadas demais... É tudo uma questão de linhas... Você risca linhas em uma areia e depois reza pra que ninguém as atravesse. As certas alturas você tem que tomar uma decisão, limites não matem os outros de fora, eles te predem dentro. É assim que somos feitos. Portanto você pode passar a vida toda traçando linhas... ou viver sua vida atravessando-as. Mas existem certas linhas que são perigosas demais para se cruzar... Isso é tudo o que sei. Mas se estiver disposta a correr o risco... saiba que o outro lado da linha pode ser fascinante.

domingo, 3 de janeiro de 2010

15 de dezembro de 1923

15 de janeiro de 1923
Meu amado

Penúltima carta! Você já sabe tudo o que eu poderia lhe dizer.
Consigo sentir na alma o peso de cada segundo cortando-me silenciosamente. A distância parece me machucar por dentro. A cada dia fica mais difícil conviver com essa sua ausência que bate em minha porta. Cada face que eu vejo me remete a você e aos seus lindos olhos, mais separados entre si do que outros. Essa voz que me chama... Escuto a todo o momento. “- Cadê você?”... Ando perdido pelas ruas, pelas esquinas procurando em cada pessoa um pouco de você. Peço a Deus compaixão pra que mate meu desejo e traga você para perto de mim. Mas tudo bem, o tempo esta passando...
Você me esqueceu?
Seria quase injusto, não acha?
Sua

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Foda-se

Hoje você provou mais uma vez
que não se importa
com meu bem estar.
Quebrei a cabeça.
Perdi alguns cabelos
arranhei a máquina fotográfica
e você disse:
- Depois agente fala sobre isso...
Foda-se então o seu depois.

Sorriso doce

Perdi o tempo. Fiquei tanto esperando, olhando a chuva cair, o pingo do meu lado, o barulho da rua, a cor das folhas molhadas. Nem percebi que um moço se aproximou. Ele era elegante num tom calmo e esperançoso. No começo fiquei constrangida, mas ele tinha um sorriso tão aconchegante. Aos poucos as primeiras palavras. Quase me faltou voz de medo de puxar um assunto, porque me deu uma vontade de falar com ele, só por causa do seu sorriso doce. A primeira coisa que ele falou foi azul, talvez não, mas ele falava tão bem do azul... O medo foi passando. Ele esperava alguém e eu esperava o nada. Nós dois. Dois desconhecidos esperando juntos. Deixou sua palavra azul comigo e parti deixando-o ali sentado com seu sorriso. Sentei perto de pessoas estranhas, acho que atrapalhei a conversa delas. Nem sabia o que fazer foi quando o moço constrangido com minha presença pediu para trocar de lugar comigo. Será que fui tão idiota assim sentando no meio deles. Acho que sim. Mas, foi engraçado. Quis observar um pouquinho da conversa deles mais logo voltei a onde eu estava. Cadê o moço do sorriso doce? -Ele se foi. Voltei a olhar o nada de repente ele passa por mim ainda com o mesmo sorriso doce. Que pessoa encantadora e partiu. Deixou comigo seu sorriso .