domingo, 3 de janeiro de 2010

15 de dezembro de 1923

15 de janeiro de 1923
Meu amado

Penúltima carta! Você já sabe tudo o que eu poderia lhe dizer.
Consigo sentir na alma o peso de cada segundo cortando-me silenciosamente. A distância parece me machucar por dentro. A cada dia fica mais difícil conviver com essa sua ausência que bate em minha porta. Cada face que eu vejo me remete a você e aos seus lindos olhos, mais separados entre si do que outros. Essa voz que me chama... Escuto a todo o momento. “- Cadê você?”... Ando perdido pelas ruas, pelas esquinas procurando em cada pessoa um pouco de você. Peço a Deus compaixão pra que mate meu desejo e traga você para perto de mim. Mas tudo bem, o tempo esta passando...
Você me esqueceu?
Seria quase injusto, não acha?
Sua

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