domingo, 7 de fevereiro de 2010

Descrição

Meu amor tem pernas frias e finas que se segue sem nenhuma angulação. Extremamente retas e precisas. Quadril forte proto para me aconchegar quando necessito. Seus braços são tão sutis que parece o vento a estremecer meus sentidos. Pele queimada, mas ainda assim, sua pele brilha. Seu cheiro é ácido, mas não chega a me afastar do seu invólucro. Eu sei que assegura qualquer um que dele necessita, seja um abrigo para um simples descanso. Ele nunca se cansa, não se descansa, não se aflige, permanece bem ali me atraindo para seu colo confortável. Percorro suas singularidades que eram despercebidas pela minha incapacidade de percebê-lo. Seus ângulos retos são necessários. Perfeição e riqueza. Perfeição e riqueza que não possuo... Ausência toma conta de mim e deixo-o ali parado na sua própria espera, ainda que ausente, ainda que sem reação, ainda que sem vida. Culpa, sei que não suportei permanecer parada.

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