sábado, 3 de abril de 2010

OSGEMEOS - Vertigem

A primeira vista uma cabeça gigante convidativa. Entro dentro dela. É cheia de sentidos visuais, auditivos e táteis. A visão geral é magnífica, o olhar mal consegue acompanhar tantas obras. O mais interessante dessa exposição é que você se contamina por ela. Tornamos-nos parte da obra a partir do momento que compomos e interagimos com ela. Tudo é convidativo e aconchegante. Tive sensação de estar vivendo naquele mundo que poderia ser meu se eu quisesse, até senti que aquilo fora construído por mim. Houve uma confusão em mim de apropriação da obra. Senti-me pertencer aquele lugar. Muitas vezes vinha em minha mente a necessidade de viver lá para sempre. A primeira obra que entrei foi o carro. Não era só um carro era um carro armário com vários objetos dentro. Entrei dentro dele atraída por uma pessoa que já estava lá dentro. Ficamos conversando e ela disse: - Imagina sexo aqui dentro. E, eu apenas ri... O carro aproximava as pessoas. Eu poderia ficar lá horas conversando. Acoplada no carro uma escaleta, ou, teclas de piano, não sei, e ao lado uma partitura de uma música. Nessa hora me senti um pouco triste por não saber tocar e ler partitura, pois sei que aquela música iria casar perfeitamente com a atmosfera do ambiente. Duas cabeças grandes quadradas chamaram minha atenção, ele embaixo ela em cima. Acelerei meus passos e logo entrei dentro delas quase tive um enfarto do miocárdio de tanto vislumbre. Milhões de Marcia’s refletida no espelho. Ao mesmo temo que fosse entusiasmante era assustador. Não era fácil olhar para minha própria face... Engraçado que me deu vontade de chamar uma pessoa pra entrar junto comigo e foi o que eu fiz, mas não era permitida a presença de outro. Então retornei sozinha ficando por lá por muito tempo olhando na minha face refletida no espelho. Fui convidada a me retirar, porque eu estava sendo muito egoísta ficando lá tanto tempo. Logo em frente tinha casa e pensei: - Essa casa é minha, eu mobilhei cada cantinho dela. Sentei no meu sofá e comecei a chorar de felicidade. Tudo dentro dela combinava a música que tocava repetidamente, a televisão, as luzes, o som da água caindo na pia, os quadros... Resolvi passear mais um pouco lá fora. No meio do grande salão uma obra estranha minimalista. Parecia um animal, mas os olhos e a boca eram humanos. Tinha oras que ele me olhava encarando-me e outra mudava o olhar abruptamente me assustando. Duas obras me causaram inquietação uma era um carro gigante com uma cabeça também enorme. Fiquei curiosa para entrar lá dentro, mas na era permitido. Pelas fechaduras do carro vi sua dimensão interior. Pareci uma espaçonave no ponto de partida para uma viagem. A outra obra era duas mãos gigantes que pareciam nascer do chão, olhei curiosa para elas e me deu a sensação que aquelas mãos fizeram aquele mundo. Mais adiante um submarino enorme, lindo, com uma proa de navio, ela te desafiava encarando com seu olhar penetrante. Do lado externo do submarino várias gavetas saiam pra fora e dentro dele aqueles aparelhos que te permite visualizar o exterior do submarino, não sei o nome daquilo, mas não importa. Olhei cada pessoa que estava lá fora e me sentia no dever de proteger aquele lugar. O submarino interagia com meus gritos, sorrisos. Ao lado do dele um painel imenso cheio de detalhes, criaturas que eram engolidas para dentro da parede e seus membros saiam em outros lugares. No meio uma casa parecia solitária, ou, não. Engraçado que a cada vez que eu olhava para aquela obra encontrava uma coisa diferente que ainda não tinha visto. Olhava, olhava, olhava mais uma vez em vários ângulos e era tudo tão rico. A hora da partida se aproximava, mas eu não queria partir eu queria era morar lá, mas convenhamos era fantasia eu deveria acordar no momento que saísse de lá, e foi o que aconteceu.

PS: foi uma das coisas mais incríveis que já vi na vida. Desculpe-me pelos erros de concordância. Quando faço textos grandes sou muito prolixa e erro demais, mas dar pra entender alguma coisa...

OSGEMEOS - Vertigem
1 Abr a 16 Mai
Local: Pavilhão de Vidro
Horário: Terça a domingo, das 09h às 21h

A dupla apresenta telas e obras interativas que brincam com os sentidos visuais, auditivos e táteis dos visitantes. Trata-se de um painel do cenário da arte contemporânea, com personagens influenciados pelo folclore ou o cotidiano urbano brasileiro, além de objetos sonoros agrupados em uma parede que podem ser manipulados pelos espectadores.
Curadoria: Gustavo Pandolfo e Otavio Pandolfo.

SERVIÇO
Data: De 02 de março a 16 de maio
Visitação: Terça a domingo, das 09h às 21h
Local: Pavilhão de Vidro
SCES, Trecho 2, lote 22
Agendamento de visitas monitoradas: Segunda a sexta, das 8h às 18h
Telefone: (61) 3310-7480 e 3310-7420
Recepção/Informações: Terça a domingo, das 9h às 21h
Telefone: (61) 3310-7087
Entrada Franca
Classificação: Livre

Essa música tocava dentro da casa Mad World - Gary Jules
é linda!

Um comentário:

  1. Ontem dia 17/03 revi a exposição dos gemeos e com a mesma sensação de meu.

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