Eu me chamo Marcia Regina. Marcia sem acento, ou seja, não é Márcia. Não
sei como pronunciar meu nome. E pouco importa meu nome agora. Agora que sou ela
que não tem nome. Ela que se fez de intermédio. Ela que não se acende... É tão
difícil está aqui. Nesse centro de exposições, olhares alheios, alguns
desconhecidos, sendo um outro criado por mim. No final penso que sou eu mesma,
reinventada abertamente... Talvez não, não sei... Estou com cú na mão, mas tô
aqui sendo ela. Dando vida, dando meu corpo, minha voz. Me sinto culpada se
algo sair errado. Eu não queria ter usado aquela voz no inicio. Era só uma
frase, eu sei... Me senti tão falsa que queria sair correndo daqui. Me sinto
culpada de não ter me dedicado tanto, por não ter tido tempo, enquanto tinha um
bilhão de problemas familiares/financeiros. É uma responsabilidade do caralho
está aqui. Não quero fazer merda. Não agora que vocês estão aqui. Me olhando,
vendo e observado cada detalhe da minha presença. Pensando bem, tudo podia ser
diferente... Ainda me sinto insegura, apesar do tempo. Tenho medo da incerteza.
Tenho medo de não conseguir fazer isso. Medo de cometer erros, de não fazer na
maneira que eu queria. Mesmo sabendo que eu dei o melhor de mim pra acontecer.
Contraditório... Mas é isso que escolhi. E é entre o medo o arriscar, que
eu escolho o segundo. Eu prefiro o risco a não fazer nada por mim. Assim vou
assumindo meus erros. Só assim se sabe onde pode chegar. Aqui é aonde eu me
sinto mais plena e capaz de lutar.. Eu respiro fundo, e começo a
querer coisas que eu nem sabia que existiam.
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