segunda-feira, 31 de outubro de 2011


Mas estou tentado escrever-te com o corpo todo, enviando uma seta que se finca no ponto tenro e nevrálgico da palavra. Meu corpo incógnito te diz: dinossauros, ictiossauros e plessiossauros, com sentido apenas auditivo, sem que por isso se tornem palha seca, e sim úmida. Não pinto ideias, pinto o mais inatingível “para sempre”. Ou “para nunca”, é o mesmo. Antes de mais nada, pinto pintura.

Clarice Lispector

Água Viva (Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994), 16. 

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