por Mariana Kirschner
domingo, 31 de março de 2013
quinta-feira, 28 de março de 2013
vou escrever agora, se não vou esquecer a sensação. estou
escrevendo agora, pois na minha cabeça pulsa um entendimento de mim agora. estou
sob efeito irreversível da vida, sobre mim. curioso, eu percebo e caio em areia
fina, morro e dou-me volta, entendo com clareza assustadora, percebo cada
contradição, cada relação com o mundo que me devora, ou seria eu que me devoro? de certo sou eu, eu tenho uma mulher dentro de mim que me devora como um abutre. devora os meus medos, ela me chama e eu sempre recuo. eu tenho uma mulher
dentro de mim que se alimenta pelo meu sexo, pelo gozo reprimido da vida. essa
mulher sou eu, todos os batons que uso são feitos da minha pele. sei que isso
faz sentido agora, pois estou sob efeito irreversível da vida. estou no precipício
da vida, no principio e no fim. é um desmundo, é desvida, é deseu, é além do
compreensível. é incerteza da contraditoriedade. é o que eu escrevo e não sei
entender com profundidade. é medo, é impetuosidade, é querer comer-se toda, até
as últimas vísceras com sal grosso. sou eu que me doo ao amor. cansei, é muito,
minha cabeça lateja como um mar revolto. eu me abrando nesse caos todo. são puras
contradições, eu estou pronta para o abismo da vida.
se der ame, se der me ame, se der me beije. derrame
um rio em mim. hoje necessito de um amor, hoje eu anunciei em voz alta, que é pro
acaso escutar que estou de poros abertos para o amor. qualquer amor que seja,
seja de um dia de passagem de muito sol, um de três dias, ou um que mexa nas
minha moléculas por mais dias, até nesses dias de muita chuva.
eu quero um amor correspondido (sem resposta). recuso
os amores mal-vividos, nunca-ditos, escondidos em mim, mortos como um feto dentro
de mim. estou aberto para o movimento, que venha as dores e suas danças. quero
errar, não sei lá o que sentir e morrer de amor. e de repente é uma coisa
importante, da maior importância.
deve haver uma amor de transito livre, de colo
quente, que faça samba a noite inteira. deve haver amor pra maria, pra clarice,
pra marcinha, pra marília.
que venha o tempo
que venha o mar
que venha o amor
que venha
pois estou aqui, e se preciso for eu saio da beira
e “pode avisar que hoje eu não vou dar não, eu vou é
distribuir.”
sábado, 23 de março de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
de tão pequeno, mas vai e vem e envenena.
"...cai o nível
e eu me sinto uma imbecil
repetindo, repetindo, repetindo
como num disco riscado
o velho texto batido..."
e eu me sinto uma imbecil
repetindo, repetindo, repetindo
como num disco riscado
o velho texto batido..."
quinta-feira, 21 de março de 2013
domingo, 17 de março de 2013
um brinde aos parimentos diários
as dores de amores que nos criam
aos copos de água que mata nossa sede
um brinde ao que é belo e transforma
ao que é feio e também transforma
um brinde aos que são da beira
dos que sofrem e ainda sambam
que ainda riem, sobretudo de si mesmos
e acham um pouco de graça de tudo isso
um brinde ao amor, pois ainda eu acredito nele.
as dores de amores que nos criam
aos copos de água que mata nossa sede
um brinde ao que é belo e transforma
ao que é feio e também transforma
um brinde aos que são da beira
dos que sofrem e ainda sambam
que ainda riem, sobretudo de si mesmos
e acham um pouco de graça de tudo isso
um brinde ao amor, pois ainda eu acredito nele.
sexta-feira, 15 de março de 2013
terça-feira, 12 de março de 2013
é uma história que aconteceu ontem, mas eu sei que é amanhã.
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segunda-feira, 11 de março de 2013
de não ser quase ninguém
parar de
pensar para dormir
preferir
pegar a caneta azul
o caderno branco
sem pauta
aumentar
mais um pouco o volume do som
alargar
Caetano dentro de mim
feito
adivinhação sobre a lua
clarice,
clarice... porque se guardar assim tão firme, no coração?
seu mistério
desdobra em mim
que mistério
tenho eu para me guardar assim tão firme, no coração?
assistindo a
solidão alimentar meu corpo
lentamente
perco a doçura
o rio solicita
o tempo
me solicita
para seus braços
no dia que
eu for embora
não quero
levar nada
é hora de
apagar o que não precisa de luz
desligo,
Caetano.
sábado, 2 de março de 2013
parece que o meu mundo da escrita tá gasto, só parece.
o que é na verdade a correr no rio, é que a minha escrita do pensamento ganhou forma,
movimento, virou dança. virou desapego, é um ser estar, e já é o bastante.
mas eu gosto de brincar com as palavras, mesmo não
tendo a sagacidade de um poeta que faz a festa acontecer. o tempo me ensinou a
escrever no mundo, na parede, no meu corpo, onde se precisa ocupar.
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