Foi dito: “Não julgueis, e não
sereis julgados”. Foi dito: “Não julgueis, e não sereis julgados” pra
justificar a falta de memória. Em outras palavras se matamos com uma espingarda
o ser amado de alguém, a única maneira de não julgarmos o assassino é esquecer
que ele existe. Esquecer pra sempre que existem as espingardas, os assassinos,
as pessoas amadas. Não fazer de conta que esquecemos, mas sim esquecer de
verdade. Criar em seu cérebro uma amnesia clínica.
“Não julgueis, e não sereis
julgados”. Em outras palavras esqueçam seu julgamento. (...)
Porque não julgar em alguma
língua antiga significa justamente esquecer, mas em qual língua eu não me
lembro.
E não julgar também significa não
olhar, mas em qual tradução, e em qual língua eu também não me lembro. (...)
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