(Carlos Drummond de Andrade)
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
"minha miséria é meu tesouro
tudo que escrevo nego"
nicolas behr, o bagaçoS dalaranja vida.
nasci para ser sombra
não tenho face
minha espada acovardou-se
fraca e a minha vontade
a voz do meu algoz é doce
suave é o seu abraço
nas certezas, combustível
nas incertezas, chama
tudo que condeno me atrai
tudo que desprezo desejo
tudo que amo destruo
tudo que admiro não
tudo que elogio é falso
tudo que assisto é por interesse
tudo que enterro nada cresce
tudo que sei guardo pra mim
tudo que beijo morre
tudo que é oficial subverto
tudo que toco não ressuscita
tudo que gero vira nada
tudo que vi cegou-me
tudo que é poesia já escrevi melhor
tudo que não é martírio sofri
tudo que me lembro muito bem
tudo que não prometo
cumpro
tudo que é burocrático me ojeriza
tudo que leio se desintegra
tudo que me dá medo recuo
nicolas behr, o bagaçoS da
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
nem sei por onde começar, mas vou tentar dizer o que
se passa dentro de mim. é meio difícil até pra eu entender o que se passa aqui
dentro, acho que eu não funciono direito... ainda estou assimilando o
acontecimento de ontem. você dizendo “acontece”, “acontece”, “acontece”... e aconteceu. eu não esperava, mas sentia que
um dia isso poderia acontecer. fiquei feliz com o inesperado. mas sinto que me
senti estranha depois, sei lá, você é minha amiga. e na real nem existe uma
nomenclatura para o tipo de afeto que a gente tem. a gente sente e ama, e amar
já é muito, despensa conceitos... estou querendo entender a raiz do meu sentir, e acho que seja medo, medo de dar merda. eu acho, mas tenho que ter calma, pois mais
uma vez pode ser coisa da minha cabeça que pensa muito. tenho que dizer que me
senti feliz pelo acontecido. o beijo, o gosto do desconhecido que você me
causou. seus carinhos que sempre me confundem os sentidos. sua pele, sua
respiração... ontem taquei um foda-se e me entreguei aos seus beijos, a você. eu
sou muito boba para isso, digo pra tudo. eu não sei muito bem estar no mundo,
parece que vou tentando me encaixar na vida, quando isso é uma bobagem que não
existe. nem sei se vai entender o que eu digo, às vezes acho que nem eu me
entendo direito. mas quero entender um pouquinho, só pra não ser tão boba. mas também
qual o problema em ser boba? nenhum! amo seus beijos, sua presença que sempre
me enche de amor. talvez isso aqui nem faça sentido e seja precipitado, mas quero
dizer que te senti por outros caminhos ontem. é isso é novo, e o novo com seu burburinho
costuma me deixar flor na pele.
eu queria ser rua numa noite
eu queria ser janela numa noite
uma janela que de dentro dela saíssem cores diversas
eu queria ser a goteira acumulada que cai de cima de uma
parada de ônibus
eu queria ser a parada de ônibus que acolhe um choro
eu queria ser o banco que assenta o corpo
eu queria ser noite
uma noite em brasília.
domingo, 19 de janeiro de 2014
estou confusa
e caminho pela cidade
como quem pela primeira vez toma
uma taça de vinho.
e caminho pela cidade
como quem pela primeira vez toma
uma taça de vinho.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
ruame
cumuruxatiba
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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
tem uma hora do dia
nunca no mesmo tempo,
mas sempre com frequência
que chega um pensamento.
pensamento que te forma,
corpo, cabelos, olhos,
saudade, desejo e vontade.
tem uma hora do dia
que penso em você.
daí sinto um, dois... vinte mil
movimentos dentro de mim.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
hum... eu num ritmo de fazer coisas que não costumo fazer,
eis que se aproxima meu aniversário. eu nunca gostei de comemorar aniversários,
mas dessa vez vou contrariar minha pessoa.
é o seguinte: um coisa pequena com gente lindas me amando. brincadeira.
a proposta é reunir uns amigos aqui em casa, infelizmente são poucos, pois a
casa é pequena... se bem que podemos pensar naquela esquema coração de mamãe.
sei que muitos amigos amados estão na estrada desse mundaréu
de vida, mas deixo o convite para que apareçam em espírito, alma, telepatia,
soprinho de vento...
penso em fazer minha especialidade astronômica - mousse de maracujá,
daí quem quiser beliscar e beber algo sintam-se à vontade para trazer algo para
preencher o buraco dos nossos estômagos.
hum... dois, seis... pensei numas 19h aqui em casa, na porta
amarela mais linda da cidade de concreto. na real pode ir chegando mais cedo pra gente
papear, mas sete é bom também.
acho que é isso, no mais não sei saber.
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