nasci para ser sombra
não tenho face
minha espada acovardou-se
fraca e a minha vontade
a voz do meu algoz é doce
suave é o seu abraço
nas certezas, combustível
nas incertezas, chama
tudo que condeno me atrai
tudo que desprezo desejo
tudo que amo destruo
tudo que admiro não
tudo que elogio é falso
tudo que assisto é por interesse
tudo que enterro nada cresce
tudo que sei guardo pra mim
tudo que beijo morre
tudo que é oficial subverto
tudo que toco não ressuscita
tudo que gero vira nada
tudo que vi cegou-me
tudo que é poesia já escrevi melhor
tudo que não é martírio sofri
tudo que me lembro muito bem
tudo que não prometo
cumpro
tudo que é burocrático me ojeriza
tudo que leio se desintegra
tudo que me dá medo recuo
nicolas behr, o bagaçoS da
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