tenho me sentido tão patética, tão irreversível do que já
sou e posso sentir. e não é isso que somos? um poço de nada que cria mundos visíveis
e invisíveis? e em falar sobre o invisível, tem uma mão pesada sobre minhas
costas nesse exato momento. ela aperta meus músculos.
o tempo é e existe. eu sou e inexisto. inexisto quando compreendo
sobre o fio fino que sou. um grão perdido no abismo da vida. em falar em
abismo, me sinto um abismo denso. peso mais que um grito para dentro. meus dentros
não são mais dentros que os dentros dos outros. somos todos farinha do mesmo
saco no fim. somos todos matéria nada, átomos que nunca se completam. eu nunca
entendi. se somos átomos que não se tocam dentro da gente, porque temos a mesma
forma, os mesmo rosto patético? acho esse pensamento sem pé e nem cabeça, mas
necessito falar sobre nadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário