quarta-feira, 24 de setembro de 2014

o mar termina onde?

pressentindo sua presença resolvi sair de casa com uma sacola de plástica pra proteger meu fone de ouvido. e você veio como meu instinto pressentiu. você sabe que sou apaixonada por músicas, que quando corro pela cidade meus ouvidos viram uma discoteca ambulante. o plástico salvou a tecnologia. enquanto eu, livre, corria como um cavalo com água nos pés. dessa vez foram águas nos meus pés que me lançaram no abismo da vida. de gotas pequenas até trovoadas intensas da chuva tanto esperada por mim. você veio. corri, corri, corri, corri... senti você em mim. me rasgando, me invadindo, me amando, me querendo por todos os lados. eu te tive em pressentimento e presença. e acalma do fim do arrebatamento trouxe o caminhar. caminhei com você e o vento que nos levou além de nós. sopramos, chovemos, dançamos numa quarta de impulsos. dessa vez resolvi voltar pra trás, você já tinha cessado, mas a presença havia mudando todo espaço, o cheiro das coisas. voltei e tudo não era a mesma coisa que tinha sido da corrida inicial. era tudo assim novo novamente. as cores estavam azuis, o amarelo no azul, o verde no azul... o azul no caminho se fez de volta pra casa. aí pensei nessa vontade louca que estar me dando de dar um tempo com brasília. eu a amo, mas precisamos dar um tempo. preciso disso pra viver. ela me entende.
te contei que peguei no caminho cagaita? que a primeira mordida que dei senti a vida em mim? te contei que catei no caminho uma fruta desconhecida? não sei do que se trata. ela tá na cozinha agora me esperando.
ela me chama nesse momento. 

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