quarta-feira, 8 de outubro de 2014

pelo direito de ser monstro


Era uma roda, eu de frente pra ela. Ela de frente pra mim. Na verdade só existia eu e ela. Meu olhar já não tão meu. Quando vi, eu estava apaixonada por ela. E nunca tinha pensado sobre isso, e por um olhar profundo me entreguei pela primeira vez.
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Esses dias eu lembrei que o primeiro beijo que eu dei foi de baixo de uma árvore. Eu e ela que não mais me recordo, o nome, a data, fizemos uma casa de pano debaixo dessa árvore, era um dia de ensaio de chuva. Estava frio, mas me recordo pela sensação e memória do corpo que boca dela era quente. Meu deus como eu pude ter esquecido isso.
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Eu fui a São Paulo visitar um amor e comprar meias. Passeando pela avenida Paulista, ou Augusta. Minha memória me escapa a avenida, mas me lembro de te visto uma mulher com mini short e um tope, ela dançava sua sensualidade pura nas ruas da cidade. Foi o olhar mais convidativo e sensual que uma mulher me lançou.
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Eu sempre me achei um corpo masculino. Olha esses braços... esse tronco é muito masculino. É por isso que na infância as crianças me chamavam de Maria, Maria Machão! Eu tinha um ódio disso. Eu sentia que tinha algo errado com aquelas crianças. Eu não entendia e chorava, comecei a bater em todo mundo que me caçoava.  Olha só que brutalidade que truculência que eles nos fizeram. 

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