quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
do que a cidade te veste?
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o sol tá derretendo lá fora. se eu morasse sozinha eu viveria de calcinha pelos cômodos da minha casa. eu teria uma coleção mais elaborada de calcinha com estado de humor, cores diversas, com poemas escritos nelas. já pensei. calcinhas não iam me faltar para usar e andar pela casa.
eu não gosto de calcinhas pequenas e apertadas, prefiro as unissex, as confortáveis. acho uma celebração quando uma calcinha se adapta ao meio biotipo corpóreo. porque nem toda calcinha vai com sua cara. tem aquelas que você usa uma vez e elas te deixa m marcas.
olha, não é fácil encontrar uma calcinhas com as mesmas aspirações que as suas. é todo um processo de adaptação entre você e sua nova calcinha. eu por exemplo não daria certo com uma calcinha fio-dental, compatibilidade zero. nada contra, é questão de química mesmo.
ela caminha sozinha e nua na cidade vermelha vazia, espera um ônibus que nunca vem. um sol vertiginoso cobre seu corpo que fica craquelado a cada seca cristalina. ela chora no silêncio de sua dor. chora porque a esperança é pouca e cruel. chora porque pensa que não tem ninguém no mundo para lhe ajudar. ela me liga com uma voz embargada, fina, tão triste e doce... e diz que está triste e cansada, que vai chegar logo em casa. e eu fico triste com o mundo por fazê-la tão triste.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
presente lisboeta.
que festa ter recebido esses presentes preciosos vindo de tão, tão, tão distante Lisboeta.
por: Roberto Cardoso
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
finalmente em casa, e talvez seja a ultima vez noite nessa que nnca nunca nossa foi nossa... isso de matar um leão por dia, confesso, não é fácil. hoje mais do que nunca queria parar e sentar na calçada, no meio fio - sarjeta. não ter que fazer nada. não dizer nada de dor. só escutar o vazio, o silêncio... puff... silêncio... escutou? mas em meio a todo caos a gente não pára, eu não parei. fui mostro carnavalesco, mas não deixei de sambar na avenida. e tudo que eu queria era só chorar, chorar, chorar... chorar quando no tempo de criança que havia tempo e disposição pra isso. eu só queria que num estralar de dedos a minha vida parasse de ser uma novela mexica. que num passe de mágica eu não fosse mais a gata borralheira, a fortaleza diante de tanto dificuldade.
5h27, pós-carnavalis
acordei com a garganta rangendo. uma seca pós-carnaval, um carnaval que não veio. um vazio habitável pós-cinzas. não movi um pé, um dedo, uma pele pra rua. não botei meu bloco do eu sozinha na rua. fiz inimizades com a senhorita grrr. detonei meu coquix cóccix, coluna vertebral, olhos... acordei querendo dormir novamente, mas minha garganta range alto enquanto todos dormem na cidade.
enquanto isso leio notícias lisboeta. a casa se organiza, o corpo habita oa cs a casa-quarto. são sempre bem vindas, ainda que doloridas, as noticias do panda nu.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
auto-sabotagem é crime. digo isso endereçada a mim, com papel timbrado, selo pago. com a necessidade de que essas palavras me cheguem em urgência. via sedex. pra que'eu tome doses de verdade. tome um soco na boca do estomago e aprenda a não ser tão cretina comigo mesma. da licença, irei morrer novamente... boa noite.
Existirmos: a que será que se destina?
- que diferença faria
se em vez de continuar
tomasse a melhor saída:
a de saltar, numa noite,
fora da ponte e da vida?
(Melo Neto, 1995, p. 195)
(...)
– Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina;
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.
(Melo Neto, 1995, p. 201-2)
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
"a carne, meu espírito, e meu espírito é carne. ponto. eu amo a vida. eu amo. ai, eu amo tanto. e não quero ninguém. escolhi eu. o amor está pra amizade. e quem há que negar que esta é superior. America. o mundo é pequeno de novo pra mim.
Um banho de sal grosso, ervas, casca de alho. Sangue de mim. As mulheres precisam disso, se não não aguentariam viver desse jeito, com tanta vida acumulada. é preciso morrer todo mês. Sangue de morte do feto, do amor, da vida, que não veio, contravivendo tudo o que veio.
samba. samba. samba, branquinha. samba, que essa avenida é tua.
Amanha é outro dia. Amanha é loa e não palavra."
daqui ô: festadacarne
A tristeza não tem saia
Mandei uma saia pra alegria bem rodada
Cheia de fitas engomada com anáguas
Bato o meu bumbo pra alegria aqui chegar
Pois a tristeza não tem saia pra sambar
Lá vem Seu Estrelo, quero ver sambar
Todo meu terreiro, quero ver sambar
Quem é Xangoseiro, quero ver sambar
O povo guerreiro, quero ver sambar
Cheia de fitas engomada com anáguas
Bato o meu bumbo pra alegria aqui chegar
Pois a tristeza não tem saia pra sambar
Lá vem Seu Estrelo, quero ver sambar
Todo meu terreiro, quero ver sambar
Quem é Xangoseiro, quero ver sambar
O povo guerreiro, quero ver sambar
o que você não lembra ratos e baratas comem. é fato. roem cada
passado, palavras, fotos, cartas não entregue. tudo de efêmero. e esse é o momento, em que, tô
jogando passado material fora. não por não querer esquecer, mas por desapego mesmo. desapego da carne. chega de tanta coisa acumulada, que no final das contas, nem sei pra quê guardar aquilo. nessa bagunça toda até encontrei momentos que deveriam ser lembrados novamente. mas neguinho com o tempo suas qualidades vão sumindo e seus defeitos vão aparecendo cada vez mais. eu ando perdendo minha memória apurada. tudo isso por conta da falta de sono. :/
experimentação 2
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domingo, 19 de fevereiro de 2012
Êxodo Lunar
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
eu como quem quer ser vista na calçada, sentada sem fazer ideia. ouvindo música e vendo os carros passarem. vendo o contorno dos pássaros no céu azul da manhã. ensaio uma preguiça, desenhado o tempo com os olhos famintos. e de repente ela passa por mim, e pela primeira vez desarmada, eu não. ela ri, eu não. ela diz bom dia com um riso maior e mais lindo da manhã, eu respondo bom dia com cara de nada. aí ela some, eu fico só na calçada como quem quer ser vista.
outra oportunidade. corredor claro, jardim quadrado no centro de dança. ela pergunta "tudo bem" com um riso mais bonito que uma pessoa pode fazer pela manhã novamente. eu repondo "o que foi?", estranhando aquele riso todo para mim. ela perguntou "tudo bem" por achar que eu estava mal na calçada com cara de nada (eu suponho). ela diz a última frase: tava tenso lá fora. eu respondo sem pensar: eu tava ouvindo uma música triste, aí viajei na canção.
ps: é preciso se desarmar.
meu desenho a partir da Dani.
pela bunda grande e tronco pequeno, suspeito que seja a Laíse.
acho que essa seja a Érica por conta do cabelo.
esse último desenho sou eu numa versão andrógina.
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Tá na minha hora
sono é uma coisa
muito séria. tão séria que agora eu que queria estar praticando um sono
campestre. dar tempo ao meu corpo, deixar ele fluir num estado de letargia
temporária. três dias desconexos de tudo, principalmente de todos. dizer sono me deito com você essa noite. serei sua noite, seu
quarto, seu travesseiro. e que tudo mais vá pro inferno.
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
"Brasília é a paisagem da insônia."
ai, de mim. que me
perdi nela. eu que sou tantas em mim, me perdi justo nela. por hora sou Brasília (in)Sônia, (in)Sol - ação num dia de domingo. hoje é o que tem, é o que quero ser. amanhã nem sei do por vir. nem quero saber agora. preciso dormir, ir... eu me visto dessa cidade todos os dias, e cada dia é um dia diferente. é um conto dançando por debaixo da minha roupa quente. Brasília grita alto quando quer me chamar atenção, e eu paro. por não saber dizer não, por não querer dizer não. essa cidade me mata em doses letais, em cantos carnais. ela me solidifica, viro pó. ás vezes quero partir daqui, das pessoas doentes de insolação. eu faço parte dessa parcela ensolarada. eu quero partir, mas não quero deixá-la. merda, eu não sei. eu quero deixá-la com uma mão na frente e outra atrás. eu quero que ela se foda e aprenda a não causar tanta solidão em mim. eu quero dizer isso, mesmo que isso doa em mim e a difame perante vocês. eu te amo, mas um dia terei que partir.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
domingo, 12 de fevereiro de 2012
e não escapa disso
e no final do dia
a gente cansa de
latir
a gente cansa de
esperar
e dormi, dorme em
paz.
e não escapa disso
alguém escapou?
e não escapa disso
alguém escapou?
Quem brilha? Você lembra dos 15 minutos que fizeram diferença para o resto da sua vida?
Capacidade de
formular perguntas é o que fundamenta a humanidade.
Eu estou aqui,
estamos aqui, alguém escapou?
Jeitos diferentes de
falar.
O céu estrelado tem
leitura livre.
Cada cidade tem um
céu.
As pessoas têm cara
de nada.
Deus está ligado ao
destino?
Destino está ligado
ao Deus?
A gente se deixa
convencer.
Existir pode ser uma
forma de lembrar.
Eu estava me
lembrando dos 15 minutos que fizeram diferença no resto da minha vida.
É preciso dar
memória aos músculos.
Se eu ficar parado
eu enlouqueço, não consigo ficar parado.
A gente perde hábito
de esperar alguém.
From me when I see you walk me away, child. I love you
so much. I just singing. Baby, baby…
Dizem muitas coisas
dessa cidade.
É sempre diferente
ver as coisas de perto.
Cena do papel.
Tem coisa que fica
na gente (vó).
Chega uma hora que a gente é o acumulo do que
viveu!
Late porque quem
late os males espantam.
Late-se contra.
Late-se para criar
distancia.
Late-se pelo sim
pelo não.
Late-se e pronto.
Latindo pra nada.
Jesus Cristo, eu
estou aqui! A gente é cachorro mas não é burro.
No final do dia
estamos cansados de latir em diferentes idiomas.
Eu queria estar
dentro de você... Eu queria ser um pouquinho você. Eu gosto da sua tristeza, eu
gosto... Eu gosto da sua roupa, gosto... Me deixa ser você? A gente nasce,
cresce, morre querendo ser você.
Eu tenho uma
melancolia.
Mudar de paisagem.
Sim, os deuses
desaparecem.
Eles desaparecem.
Distraídos venceremos!
Não estou triste por
não falar.
Se estou sempre
sozinha... os meus hábitos, os meus hábitos.
Um dia você olha
(...) e não consegue se lembrar de onde veio.
O que eu digo te
interessa?
Tudo que eu digo te
interessa?
eu gosto dessa imagem, eu gosto!
fotos por: Gilson Camargo
sábado, 11 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
distraídos venceremos
o que eu digo te interessa? se sim, mova seu corpo até o teatro da caixa pra ver esse espetáculo inquietante da companhia brasileira de teatro. é uma desconstrução tão poética e sensível das obras de Leminski, que pela segunda vez me deixa inquieta, pensante pós-peça. um texto e atuação magnifica, cenário grandioso e delicado, trilha sonora preciosa. sou suspeita. não sou critica de teatro. mas eu recomendo. recomendo que alguém faça alguma coisa com a lua, aquela bola branca... peço que Deus esculte nossos latidos, e que minha melancolia finda de vez... e que distraídos venceremos, ao passo que nada existe, senão, o grande vazio. bom dia!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
eu tenho um caderninho preto no branco
eu tenho um caderninho branco no preto
com um lápis siamense
de cor preta e amarelo fluorecente
anoto tudo de desimportante nele
quem sabe assim ele ganhe
asas e vire um sapo
eu tenho um caderninho branco no preto
com um lápis siamense
de cor preta e amarelo fluorecente
anoto tudo de desimportante nele
quem sabe assim ele ganhe
asas e vire um sapo
poesia quadrada
pega na fé e rema
arrisca-se na fé e rema
embarque na fé, somente na fé.
de novo
o ônibus quebra
um outro não vem
pego o mesmo
de perna mamba
ele avança lento
no asfalto quente
quente da tarde
50C° me olha
o ônibus quebra
de novo
menino pirraça
me larga nos braços do sol
o terceiro me deixou
no alto do flamingo
se arrastou lentamente
até a derradeira morte
dessa vez teve sombra
sem água fresca
e muita risada
da minha paciência
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
primeiro dia sem óculos
a primeira coisa que fiz hoje quando acordei foi levantar e automaticamente colocar o óculos para ir ao banheiro. ai lembrei da proposta que inventei pra mim. tirei logo em seguida a armação vermelha. de manhã fui mais persistente, algumas recaídas. tive que olhar meu email com a cara a cincos centímetros do visor. comecei a lagrimejar descontroladamente. até tava precisando dessa lubrificação toda, meus olhos andam secos e vazios de lágrimas. foi bom essa sensação da lágrima salgada descendo a pele quente. eu percebi que preciso chorar mais, botar pra fora certas coisinhasssss, inhas. tive mais duas recaídas pela manhã. minha mãe me pergunto sobre sua composição de roupa, tive que novamente colocar as bengalas pra dar um palpite. pra me arrumar antes de sair foi preciso também. eu não me enxergo, isso é serio. mas essas recaídas foram de um minuto, no máximo, sem grandes complicações. na parada de ônibus confundi minha prima com uma desconhecida. aproveitei que o ponto de ônibus tava lotado pra alguém da o sinal do ônibus. tudo certo, e não enxergando. brasília é clara demais com o sol a pino. descobri que não consigo ficar com olhos abertos sem proteção, virei morcego em plena segunda-feira. de tarde a gravação do curta do ccbb, acabou que a personagem usava óculos, aproveitei pra enxergar. mas tudo degringolou na edição do curto no lab, impossivél impossível forçar as vistas em frente de a um mac com monitor gigante. daá daí pra frente não tirei mais meus lindos amigos, porque veio dor de cabeça e tudo. penso que paro por aqui mesmo, enquanto ainda tenho 43% de visão. não vou forçar o que já anda de perna bamba. mas adorei a experiencia de não usar óculos. eu fiz os gestos cotidianos mais lentamente por causa disso. fiz gestos sem ter óculos, por exemplo, empurrar a armação quando está caindo sobre o nariz. mas eles nem estavam lá pra eu fazer isso, mais fiz. senti vazio, faltava uma parte de mim. foi bom enquanto experimental saudável, mas paro por aqui. ou quem sabe daqui pra frente lentes de contato, ou cirurgia.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
desfocando-me. uma semana sem óculos, mando notícias.
a proposta é a seguinte. uma semana sem óculos. pensei nessa pesquisa hoje na volta pra casa, no ônibus lotado. tenho tido algumas ideias enquanto vagueio sonolenta no ônibus. em falar em busu, não posso mais matar meu corpo cochilando de mal jeito no ônibus. hoje tive real certeza desse causo. a minha coluna uivou frenética a tarde inteira na gravação do esquadrão da vida. voltando a proposta de não usar óculos por uma semana, é o seguinte: não tem regras, é free. é apenas saber das reais possibilidades dos meus 43% de visão sem óculos. existe três momentos, em que, não uso minhas lentes mágicas, pra dormir, banhar e atuar. mas quando a personagem permite eu tô lá usando minhas bengalas. ontem na despedida do roberto também não precisei usar óculo. piscininha com um sol lindo, gente alegre, cores, pra quê óculos, néh? mas pra mim é essencial. mas por isso mesmo quero fazer esse teste. vamos ver potencialidades da minha visão. trabalhar com que tenho sem subsídios. uma semana só eu e meus olhos semivesgos andando pela cidade, colhendo imagens, visitando outros caminhos.
Da menina
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sábado, 4 de fevereiro de 2012
chegança
tudo tem seu lugar
pode bulir, balançar.
pode bulir, balançar.
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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
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