sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

eu como quem quer ser vista na calçada, sentada sem fazer ideia. ouvindo música e vendo os carros passarem. vendo o contorno dos pássaros no céu azul da manhã. ensaio uma preguiça, desenhado o tempo com os olhos famintos. e de repente ela passa por mim, e pela primeira vez desarmada, eu não. ela ri, eu não. ela diz bom dia com um riso maior e mais lindo da manhã, eu respondo bom dia com cara de nada. aí ela some, eu fico só na calçada como quem quer ser vista. 
outra oportunidade. corredor claro, jardim quadrado no centro de dança. ela pergunta "tudo bem" com um riso mais bonito que uma pessoa pode fazer pela manhã novamente. eu repondo "o que foi?", estranhando aquele riso todo para mim. ela perguntou "tudo bem" por achar que eu estava mal na calçada com cara de nada (eu suponho). ela diz a última frase: tava tenso lá fora. eu respondo sem pensar: eu tava ouvindo uma música triste, aí viajei na canção. 


ps: é preciso se desarmar. 

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