sábado, 8 de junho de 2013

meu desespero é me perder dentro de mim
me aprofundar tão intimamente dentro
mais dentro que útero, mais abismo que terra
[que eu não consiga me livrar de mim]
que eu não possa voltar para dizer
apenas para mim mesma sobre o meu sentir
com todas as portas abertas
todas a feridas absortas...
isso de ser atravessada e consumida
por tudo que sou, é de mais para meus sentidos
ontem desagüei um rio mar
tinha textura água dentro de mim
peso de água, gosto de densidade
tudo que minha pele assentava
por um instante tudo era mais profundo
e ao mesmo tempo que era
passava como vento invisível, leve...
era um choro das profundezas
era uma gargalhada desesperadora,
era medo de não voltar mais
era tudo e era nada
mais nada que tudo e passou

hoje eu delicio o vivido. 

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