na imensidão do nada perdi minha visão tecnológica, agora me
resta minha verdadeira visão embasada, encurtecida de espaço. essa visão que
não ver por detalhes, mas que ver por sensação, memória e cheiro.
a vida gosta de mandar cartas em horinhas de descuidos, de
esquecimentos, de não sei o que será agora e aprecio o tédio. ela, a vida, me
fez semana passada cair de amor, amor que já nasce de saudade, que já nasce
para morrer de saudade. amor que nasce para nunca existir e morrer de tempo em
mim.
o tempo é meu grande amor, ele me presenteia com a experiência e
com a calmaria de que tudo não faz sentido mesmo. e tudo bem, a vida existe,
ela dança e causa saudade, e pior de histórias que nunca vivi.
tenho sentido com mais peso a minha farsa, se isso é e não é, eu
sinto que sou farsante, sinto que ainda não sei ser. sinto que só quando eu me
libertar de mim mesma ou poderei me libertar dos outros. sinto que a qualquer
momento eu vou explodir e finalmente ser.
eu queria ser ser menos pesarosa,menos triste, mais riso do que
seriedade, mais qualquer coisa sem importância do que qualquer outra coisa de
sofrimento, de julgamento contra mim mesma. eu queria ser outra coisa, nesse
momento eu quero isso. amanhã posso não querer, amanhã é outro dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário