sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tenho um demônio na carne, no corpo...

Eu estou vazia. Meu quarto está vazio. Brasília está vazia. Merda, não consigo nem chorar. Estou seca por dentro. Meu corpo apodrece. Escrevo palavras pra viver. Eu sou palavras estancadas no peito. Penso, respiro, ouço... cadê minha coragem que não aparece. Preciso sair do meu caos. Tenho um bicho preso na alma... Tenho que tomar cuidado com as coisas que falo e penso. Minha carne tem cheiro de livro velho e esquecido. Ás vezes acho que já morri há muito tempo. Fico aqui porque sou teimosa e gosto de brincar de faz de conta. Moro dentro de um livro em que as páginas foram degradadas pelo tempo. Só tomo consciência pelas palavras que escorrem da minha alma e quando proferidas ninguém entende o que quero dizer. É, contraditório, eu sei... sou feita de grandes contradições. Com a palavra encontro significações para aquilo que vivi ontem, anteontem, ou para aquilo que crio expectativas. As expectativas me destroem... Posso ainda planejar meu futuro com a palavra, com ela sei que existe um tempo que virá, um tempo que ainda não é.

-Não sei quem sou. Mas sei que tenho um demônio na carne, no corpo... Escrever me deixa nua...

2 comentários:

  1. Sinto-me basicamente do mesmo jeito... =/

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  2. Sinto-me assim quando estou melancólica. É um sentimento de inadequação demoníaca porque me sinto extremamente infantil ao pensar dessa forma.

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