domingo, 29 de janeiro de 2012

pra virar música


se me calo pode até pensar
mas não é isso não

um dia eu conto
desconto depois do almoço

digo que NÃO
fico de bobeira

me apaixono
que coisa louca
tô amando meus peitos

eu to quietinha
no carnaval, no balancê da rede

um pouquinho de calma
sem pressa na retina
na intacta retina
no pensamento

um dia eu te conto neguinho
na beira do mar

desenrolo meu mistério
me mostro todinha, que nada!
me mostro só um pouquinho
um tiquinho pro’cê
me namorar na rede quentinha
depois ir pra cama
ficar de lero-lero

Rosas danst Rosas

nas últimas aulas da professora Lina ela vem passando vídeos de dança pra gente ver e comentar. "rosas danst rosas" foi um que   fiquei de boca aberto quando vi. o trabalho da coreógrafa belga Anne Teresa é tão precioso. vale a pena conhecer mais da obra dela. 


sábado, 28 de janeiro de 2012

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

eu sou um pássaro





te aceito com seus defeitos
te aceito com seu homem
te aceito com seu passado
te aceito com qualquer presente
te aceito com seu silêncio
te aceito com sua dor
te aceito com sua angustia
te aceito com sua ansiedade excessiva
te aceito com sua tristeza
te aceito com alegria
te aceito com o corpo
te aceito com a boca
te aceito com a alma
te aceito sem nada
te aceito com suas roupas
te aceito com seu cheiro mestiço
te aceito com toda gritaria que um corpo pesado pode ter
te aceito com seus filhos
te aceito mulher
te aceito mãe
te aceito como filha
mas não aceito sua desistência de si mesmo. 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

conversa de parachoque

Graça Rústica: É um extenso e intrincado processo até que se descubra que era tudo muito mais simples do que parecia.

Journal de Bagatelle: é bem mais simples 
do que se parece
no final de tudo
ou não.

Graça Rústica: só chegando lá pra ver
mas daí, também, 
acabou

domingo, 15 de janeiro de 2012

numa brincadeira entre amigos, a base de vinhos e conversas irônicas, cada um escolhia um tema e os outros diziam algo sobre você referente a esse tema. o meu escolhido foi uma escritora ou escritor. eis aqui o que surgiu sobre a minha personalidade: 

Anaïs Nin 
Hilda Hilst
Clarice Lispector
Marilena Chauí

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Vesânia I


cambalhota



subst f cambalhota [kɐbɐ'ʎɔtɐ]
1  Reviravolta do Corpo
cambalhotas dar
2  alterações da Vida
A Vida Dá muitas cambalhotas.

kate nash me deu o primeiro "béns" do dia.


HAPPY BIRTHDAY!!!
Hope you have a fantastic day - now go and put some music on to help you celebrate.

garota esperta, ela sabe que música me faz muito bem!

roubado do quintana e da camila de óculos.

Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!


Quintana

momentos felizes...

A noite mais linda do mundo by Mar.cia Re.gina

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Como em tudo, no escrever também tenho uma espécie de receio de ir longe demais. Que será isso? Por que? Retenho-me, como se retivesse as rédeas de um cavalo que pudesse galopar e me levar Deus sabe onde. Eu me guardo. Por que e para quê? Para o que estou eu me poupando? Eu já tive clara consciência disso quando uma vez escrevi: "é preciso não ter medo de criar". Por que o medo? Medo de conhecer os limites de minha capacidade? Ou medo do aprendiz de feiticeiro que não sabia como parar? Quem sabe, assim como uma mulher que se guarda intocada para dar-se um dia ao amor, talvez eu queira morrer toda inteira para que Deus me tenha toda.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

2.3


primeira vez que começo um texto com título. 2.3 pra quem não imaginava chegar nessa idade. não. eu não achava que morreria antes de chegar na década dos vinte. só achava distante se tornar uma mulher com peitos fartos, se bem, que sempre tive peitos grandes. que me causavam um certo desconforto na infância. eu era a única que tinha peito grandes na escola. isso me roía a alma de ódio. hoje nem me importo mais, joguei muitos pensamentos no lixo. daqui a pouco terei mais um somado aos 2.2 que já possuo. ás vezes penso que não mudei nada, outras nem me reconheço. mas basta eu me olhar no espelho, sou eu. não me trocaram na vida. o cabelo não é mais o mesmo, o rosto não é mais tão redondo, já não enxergo tão bem, a barriga cresceu levemente, mas sou. aprendi ser gente que vive na selva. e eu, morria de medo de gente. ainda morro, mas mato um leão por dia. a vaca da tristeza me chega do mesmo jeito como na infância. ela chega sem motivo, faz algazarra, e vai embora sem deixar uma resposta do seu porque. eu ainda não sei o motivo de muitas coisas, mas certas coisas parecem mais fáceis agora. ás vezes a tristeza chega sem motivo, e ponto. e só um choro resolve. não há motivos astronômicos. ela chega e passa com a cara mais deslavada que existe... ai, me rôo o estômago quando alguém me pergunta quantos anos eu tenho. tenho a idade que tenho, mas não me caibo nela. sempre me achei velha. eu queria ter nascido na década de 90. as poucas amigas da minha infância tinham nascido nessa década. achava que seria mais jovem se tivesse nascido nesse ano. quantos pensamentos bobos eu tinha, ou não. não vou me julgar pelos pensamentos da infância. se não quando eu chegar na menopausa serei má comigo. não quero me julgar por pensamentos do passado. uma coisa nunca mudou. a solidão. sou muito lésbica mesmo, vou ter que me namorar pra dá um pé na bunda da solidão. qual é, eu me amo. chega de solidão. tenho fases de me encantar comigo, e me querer por debaixo da blusa solta. tenho que agradecer o universo. muitas coisas boas me aconteceram, apesar do dobro a mais de coisas ruins. nessa altura da escrita e nem me lembro mais o que iria dizer, mas tô bem aqui. hoje conversando como minha tia, ela me disse que meu sonho era ser escritora. não fiz nada pra isso acontecer, e hoje sou atriz. primeira vez que digo que sou atriz. e sou mesmo, quem vai dizer que não, vá me ver nos palcos e jogue um tomate na minha cara se não gostar. sou atriz e já fiz umas das melhores atriz que conheço chorar com uma apresentação minha. chorei ao saber. quer saber, sou grata ao universo pelo que tenho. braços, pernas, olhos míopes, cabelos encaracolados, uma cama quebrada, um violão sem cordas... eu não me rendo ao funcionalismo público como minha tia quer. ou talvez sim, eu preciso de dinheiro pra sair de casa. se tornar uma mulher de 2.3 com autonomia e dinheiro no bolso pra bancar os sonhos que tem. e tanto faz, pode me chegar mais idades. tenho tendência a não desistir de mim. 

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Tum Tum Tum

no tempo que eu era só
e não tinha amor nenhum
meu coração batia mansinho
tum tum tum