segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

C.

Le parkour na concha













A saudade que sinto de você não cabe na palavra saudade. O amor que sinto não tem explicação como à palavra amor. Só sei que amo você. Amo quando toca seu pife, quando erra as notas também. Quando seus olhos fogem dos meus, quando seus pés não param um segundo no chão, eles dançam batucam me consomem. Amo cada pouco minuto que passo ao seu lado. Amo seu novo cabelo curto (que te deixou mais linda), amo o que o vento provoca nele, ondas que me seperteiam. Ainda aguardo o dia que vou conhecer sua casa. Você me prometeu hein? Não seja tão tosca e me convide logo. Fique bem claro, que não amo sua enrrolação. Foda-se, eu sinto que te amo.   
O sinal está fechado É que se fez sua partida Eu vou ficar nessa cidade Vou praticar meus mistérios Vou ver, de repente se ganho a Lua.
Ainda ontem eu sabia ou fingia saber o que eu queria. De repente, me encontro assim sem saber de mim, sem ser. Esse mecanismo de ser o que se espera não tá encaixando, tá me podando. Sistema filha da puta, hein? Tá na cara que tenho que peneirar algumas coisas. Remexer o baú, soltar as feras os meus outros eus escondidos. 

Leve desespero

ando assim sem jeito
leve desespero
vou dormir mais cedo
pra não ter que viajar
contar carneiros
vou desistir de dormir
vou sair pela janela
descer silenciosamente o muro
vou sair pelo jardim da vizinha
encontrar um deserto sem dor
vou beber, comer, mastigar, deglutir
preencher o vazio em que me encontro
mas ás vezes o que eu quero é não ter que fazer nada
se seu corpo ficasse marcado
se seu caso fosse qualquer caso
sem gosto com desgosto.
Escrever é como se sentir nu, com o corpo entregue a um desejo fulminante de pertencer. E, pertencendo, sou eu o objeto da escrita e não o contrário. É ela quem me cria, não sou eu o criador. 
Me vejo ameaçado pelo papel, mas meu desejo é chamado pelas palavras do meu eu guardado.
O papel que me ameaça é também o cofre de mim mesmo, e a ponta da caneta é o segredo capaz de revelar-me, de soltar os vários eus que consomem meu corpo.
Escrever, ao mesmo tempo, é como trancar-se, prender-se no papel e abandonar ao vento uma parte de si. É também pertencer, é ser, conhecer a si mesmo através das palavras extraídas do seu eu inconsciente. 
Talvez, então, a folha de papel não seja mais do que um espelho que ora se parte e quebra me expondo como realmente sou: fragmentos, cacos. 
E apesar de todas as minhas urgências no final do papel ou da minha vidinha, eu sou nada. 


Luiz e Regina
Os corpos se desnudam sob as árvores. 
Serpenteiam o dia.
São como cobras preparando o bote sobre nosso desejo. O nosso velho e monstruoso desejo camuflado.
É o monstro que ameaça a segurança debaixo da cama.
É uma urgência desmedida que desespera e que espera e que é esperança e que é desistência.
É estar de mãos dadas com a morte, mas é a morte vestida com sua roupa de vida de gala nos levando a uma grande festa.
É uma farsa, mas só você sabe da real situação, que é simplesmente deixar o desejo selvagem correr solto e devorar os corpos que se desnudam sob as árvores.

Roberto e Márcia

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

sábado, 15 de janeiro de 2011

"Antes, a questão era descobrir se a vida precisava ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será melhor vivida se não tiver significado."


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Amo Brasília. O poeta Nicolas Berh também.


as mudanças em Brasília
as mudanças em mim

e
s
p
a
ç
o

t
e
m
p
o

tenho saudade dos ipês
tenho saudade da Lua

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

minha poesia é primeira linha 
minha poesia não é de segunda mão 
minha poesia às vezes é de terceira categoria 
minha poesia vai começar. pode soltar os cintos
minha poesia. com a palavra, o poeta 
minha poesia é de tirar o fôlego. é só parar de respirar
minha poesia a partir de agora vai fazer uso da palavra 
minha poesia - você ainda não leu nada 
minha poesia já foi vendida como cachaça pra doido 
minha poesia é pra você jogar no chão, mas ainda não 
minha poesia é pra você falar mal, mas só no final 
minha poesia nunca mais tomou veneno para matar rato 
minha poesia pode ser arnaldo, pode ser antunes, 
pode ser geraldo, pode ser fagundes 
minha poesia sente que tem alguém neste momento 
atrás do poema com ujma faca
minha poesia come as cascas das feridas dos prisioneiros 
no campo de concentração 
minha poesia morde o poema até sair outro poema 
minha poesia não é a grande poesia de manuel bandeira 
mas é a certeza de que estou vivo 
minha poesia sente tremeliques toda vez que ouve leninha e 
as ministéricas 
minha poesia vem do passado e por lá mesmo fica 
minha poesia são meus olhos - molhe-os 
minha poesia - cada dia uma linha e uma pequena dor 
minha poesia e o poeta entram de mãos dadas no cemitério 
para ler lápides e chorar um pouco - saudades dos seus 

( ... ) 

e mais 54 páginas no mesmo estilo, sempre começando com minha poesia.
Na verdade isto não é um livro, nem um poema, é um equívoco. ( o autor )

Estou começando a perder o medo que tenho das pessoas.

POETA MARGINAL? EU, HEIN?


não nasci em montes claros. não tenho nome completo. não sou professor. não consegui conciliar nada com a literatura. nunca publiquei nada. atualmente não resido em porto alegre. não me chamo eduardo veiga. não escrevo poesia há mais de 15 anos. não estou organizando meu primeiro livro. não sou graduado em letras. não acredito que a poesia seja necessária. não estou concluindo nenhum curso de pedagogia. não colaboro em nenhum suplemento literário. não estou presente em todos os movimentos culturais da minha terra. não sou membro da academia goiana de letras. não trabalho como assessor cultural da sec. meus pais não foram ligados ao cinema. não tenho tema preferido. não comecei a fazer teatro aos 12 anos. não me especializei em literatura hispano-americana. não tenho crônicas publicadas n’o republica de lisboa. não passei minha infância em pindamonhangaba. não canto a esperança. não recebi nenhuma premiação em concurso de prosa e poesia. não tenho sete livros inéditos. não sou considerado um dos maiores poetas brasileiros. nunca fui convidado para dar palestras em universidades. não vejo poesia em tudo. não faço parte do grupo noigrandes. não me interesso por literatura infantil. não sou casado com o poeta afonso ávila. na minha estréia não recebi o prêmio estadual de poesia. o crítico josé batista nunca disse nada a meu respeito. não sofri influência de bilac. não sou ativo, nem dinâmico. não me dedico com afinco à pecuária. não sou portador de vasto curriculum. não recebi mensão honrosa no concurso de poesia ferreira gullar. não exerço nenhuma atividade docente, nem decente. não iniciei minha carreira literária no exército. não fui a primeira mulher eleita para a academia acreana de letras. não tenho poesias traduzidas para o francês. não estou incluído numa antologia a ser publicada no méxico. minha poesia não é corajosa. não gosto de arqueologia. walmir ayalla nunca me considerou um revolucionário. nunca tentei compreender o homem na sua totalidade. não vim para o brasil com 5 anos de idade. não aprendi russo para ler maiakowski. meu pai não é chileno. não sou virgem, sou capricórnio. não sou mãe de seis filhos. nunca escrevi contos. não me responsabilizo pelos poemas que assino. não sou irônico. não considero drummond o maior poeta da língua portuguesa. não gosto de andar de bicicleta. não sou chato. não sei em que ano aconteceu a semana de 22. não imito ninguém. não gosto de rock. não sou primo dos irmãos campos. não sou nem quero ser crítico literário. nunca me elogiaram. nunca me acusaram de plágio. não te amo mais. minha poesia nunca veiculou nada. não sei o que vocês querem de mim. não espero publicar nenhum romance. não sou lírico. não tenho fogo. não escrevi isto que vocês estão lendo.

Os silêncios me praticam.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pra quê negar o que estou sentido.
Estou magoada e muito com sua indiferença.
Indiferença é quando você espera do outro algo.
Espera, espera, espera e só espera e não recebe.
Espera é quando sua bunda dói de tanto ficar sentada num banco qualquer.
Tem gente que espera um telefonema no dia do seu aniversário,
um tudo bem depois de tanto tempo sem se ver uma pessoa querida,
um parabéns mesmo que repetido.
Tem gente, como eu, que espera tanta coisa que acaba
deixando as coisas passarem na sua frente.
Outras se casam de esperar e começam a viver, como eu.
Viver é quando você respira, assim simplesmente.
Viver é ter certeza da morte, também.
Morte é o contrario de viver, ou seja, quando você para de respirar, assim simplesmente.
Tem gente que espera amar e ser amado, quando o amor não é de dois é sempre de um.
Porque o amor rima com dor, e isso não fui eu que inventei.
Não estou querendo criar uma verdade.
É por isso mesmo que não culpo quem eu amo, quem não me ligou no meu aniversário. Porque sou eu que amo, eu que ligaria pra desejar um parabéns mesmo que repetido.
Eu não posso, eu não devo culpar o outro por minhas expectativas.
Porque sou responsável por meus atos e outro não pode abarcar minhas expectativas.
Expectativa é quando você projeta um futuro que pode ser que nem aconteça.
Então, porque a magoa cisma colar no meu pensamento?

Eu vou pra Lima. Pelos ares.

A cidade é uma estranha senhora que hoje sorri e amanhã te devora.

Je fais semblent de dormir. Pour pouvoir retrouver.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Tiê me desejando muitos "bens"

Tiê, Sai da rede, Meus 22 anos

Tenho que compartilhar meus 22 anos, porque foi perfeito. Combinei de comemorar um dia antes no show da Tiê no CCBB. Deixei pra comprar meu ingresso 3 dias antes do show, mas quando fui ver já tinha acabado. Mesmo assim eu ia pra lá ficar na fila de espera, sempre rola isso no CCBB. Cara, por sorte minha amiga Jessica ganhou dois ingressos no Twitter e me deu um de presente.  As poltronas que conseguimos eram no final do teatro, mas sentamos em dois lugares vazios na primeira fila de frente para Tiê, tipo Vips kkk. Eu digo, sou uma fã muito boba, e eu não tô nem ai. 


Quando ela entrou meu coração disparou. O cenário era lindo, vi o piano de calda preto e fiquei feliz porque dessa vez ela ia tocar “Te Valorizo” e “Chá Verde”. Tiê começou o show com suas piadas engraçados como sempre e seus esquecimentos de letras, papel no chão caso esquece alguma música.


PS: novamente não consegui tirar uma foto decente com ela. Um dia eu consigo. 

Depois de quatro, cinco músicas ela começou a agradecer pessoas que realizaram o evento “Sai da rede” no CCBB. Falou um monte de nome de nomes importante, de repente do nada ela pronuncia meu nome. Quase tive um enfarto no miocárdio, pensei: aquela mulher só pode tá louca dizendo meu nome.  – Tem alguma Marcia Regina que veio de Minas Gerais. Logo falei que era Marcia Regina, mas que não era de Minas Gerais. Ai ela disse: - Logo suspeitei que uma pessoa não viesse de tão longe assim, antes fosse Goiás. Mas me passaram essa informação que você veio de Minas e que hoje é seu aniversário. É seu aniversário? – É sim. 


Foi tão engraçado a cena. O show continuou, eu e a Jessica as mais empolgadas cantando, rindo, sorrindo, chorando. Eu ria tanto das coisas engraçadas que ela dizia. Novamente ela contou a história do je sais”. Acabou o show e fiquei pra falar com ela, dar uma abraço essas coisas de fãs. Ela tão atenciosa. Amo essa mulher.

Depois teve uma festa surpresa pra mim com xixi de anjo, especialidade da mulher do Hélio Oiticica feito pela Marcia Amaral. Conversas até as seis da manhã. Putz, foi tanta coisa que acho que nem tô contando as coisas tão detalhadamente. Mas digo que foi o melhor aniversário da minha vida. É o que tenho pra dizer.

























Seja marginal seja herói

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A case of you

Definitivamente, cresce em mim um gostar, feito em noite de chuva.  De repente gosto pelo pouco, pela loucura, pela música, pela voz. De repente eu beberia você da noite para o dia, sem saber dizer o por quê. “Realmente, não tem e não precisa de palavras, só sei que eu sinto que gosto muito de você”. 

Brasíliabucolismo

Ela acordou cedo em um dia chuvoso de terça-feira. Um dia normal como outras tantas terças-feiras. Preparou-se para encarar a chuva, o vento cortante. Pegou seu guarda-chuva xadrez herdado da avó e encarou os chuviscos, tudo com um bom humor.

No caminho para escola a rua mostrava sua cara chuvosa. O mato verde crescia e cobria a cidade, parecia esconder o outro lado do horizonte. Cresci com vigor de um adolescente. Ela achou encanto e graça no mato que desafiava o homem. Ela sabia que aquela juventude toda seria podada. A cidade grande não quer mato, mato esconde e dá bichos.

Na volta pra casa, estava feito, não havia mais mato verde, não havia mais tapete verde. O que se sentia era o cheiro de mato cortado, sangue. Sentiu uma falta, sentiu bucolismo, sentiu uma perda, sentiu uma vontade crescente de campo. 

Weightless by Erika Janunger

A Case Of You ------------------------ Pão doce, disse que ia escrever. Mas vou deixar esse momento reverberar dentro de mim. Como um segredo meu e seu, apenas. Que seja único. E pra quê as palavras se o silêncio ás vezes é mais preenchedor que mil palavras.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Estou tendo uma vontade crescente... ás vezes o que eu quero é passar os dias em casa sem ter que cumprir obrigações, sem  fazer nada ouvindo os discos velhos que não ouço mais... vou ver se vendo os discos que não ouço mais e as lembranças danificadas pelo tempo. 




Procuro me manter isolada contra a agonia de viver dos outros.
Depois de tudo,continuo a perguntar: Quem sou eu? Não sei delinear a moldura que me distingue dos outros. Sou um universo de subjetividades.