sábado, 26 de março de 2011

terça-feira, 22 de março de 2011

Hoje me senti produtiva, depois de muito tempo.
A felicidade realmente existe nas pequenas coisas.
Perdi uma aula, nem sei por que, aproveitei pra ler um artigo sobre autoralidade, grupo e encenação. Um artigo muito bom da Roseane Trotta. Tô lendo agora um livro bem complexo, que tô penando, Uma casa na escuridão do José Luis Peixoto.
Adoro me apaixonar por pessoas admiráveis. Minha professora de métodos qualitativos é apaixonante. Ela ama o que faz e passa isso em seu olhar. Tô sentido que esse ano, vou produzir, botar a criatividade pra funcionar e sair da zona cinza.
À bientôt. 

segunda-feira, 21 de março de 2011

Equação Vulgar

Asas breves chamam dentro e fora. Gritam horas ininterruptas, juntando lágrimas magras no óbvio prazer, quando restam salivas tóxicas. Um vôo X. Z? Ave burra criminosa... doente! Efêmera faca gasta, habilmente ignorada, jamais livre, mentirosa! Naquele orgulhoso, perigoso quero-quero. Rir sem tintas, um vulgar X! Zero. 

Marcia Regina e Roberto Cardoso

Coragem e medo

Ao sair do edifício, o inesperado me tomou. O que antes fora apenas chuva na vidraça, abafado de cortina e aconchego, era na rua a tempestade e a noite. (...) Pelas esquinas os carros de motor paralisado, e nem sombra de táxi. E a alegria feroz de vários homens finalmente impossibilitados de voltar para casa. A alegria demoníaca dos homens livres ainda mais ameaçava quem só queria casa própria. Andei sem rumo ruas e ruas, mais me arrastava que andava, parar é que era o perigo. De minha desmedida desolação eu só conseguia que ela fosse disfarçada. Alguém, radiante sob uma marquise, disse: que coragem, hein, dona! Não era coragem, era exatamente o medo. Porque tudo estava paralisado, eu que tenho medo do instante em que tudo pare tinha que andar.

domingo, 20 de março de 2011

1. Janela 2. Animal interior

1- Abri a janela e não havia horizonte algum na paisagem. Forcei o olhar e, no mais profundo de mim, vi espelhos quebrados... É o que sou: espelho quebrados...
Os cacos refletem a linha da minha paisagem... despedaçada! Fecho as janelas para sonhar  que ainda haja um horizonte distante a se alcançar. 
Eu quero o mar onde eu possa me perder em mim, onde eu possa ser aquilo que não fui, quero poder abrir os olhos e inserir na minha paisagem um sonho bom.
Será como uma grande onda, invadirá meu peito, encharcando as memórias, derrubando as paredes, lavando as vidraças, afogando as inspirações não expiradas.
Quero a urgência de um rio, aquele que não pergunta se pode passar, que não olha para trás e carrega todo o peso da margem em sua correnteza: móveis velhos, roupas puídas, insetos mortos, escombros da casa que mando agora pelos ares.


2- No meu ser habita um animal feroz que não tem forma, é feito de silêncios. Seu rugido é tão implacável, tão absurdo, tão afiado que, ao sair de sua garganta, fazendo vibrar as grades da minha pele, cala todos os sons do mundo... até que não haja mais porque dizer. me recolho em silêncios múltiplos, em amarras e remorsos múltiplos. 
Fujo pra não causar comoção, fujo da batucada dos meus silêncios.
No meu ser habita um animal ferido de tanto se debater na jaula que lhe construí: feriu um olho, quebrou as presas, perdeu as garras e a vontade de rugir. 
Ficou solitário...
A perda da vontade é irmã da morte...
Somente se prestar muita atenção é possível ouvi-lo deitado no tapete atrás da porta da minha boca gemendo baixinho... Num arrepio sutil, ele suspira baixinho... É um breve grito, um último suspiro.
No meu ser não habita mais animal algum, apenas fantasmas de uma sede antigamente mortal, de uma fome antigamente normal, de uma esperança que nunca foi do animal, mas do menino.

Eu e Dagô Cardô.

Quero os opostos

Na minha cabeça, sinto que há mil pessoas gritando. Mas por fora, sempre tive esse ar de durona. Por dentro, sinto que tenho múltiplos enfartos no miocárdio. Na minha cabeça, não tenho medo do mundo. Fora da minha cabeça falta coragem, sobram amarras. No mais profundo dos meus pensamentos, eu ainda acredito em uma felicidade. Eu acredito que talvez possa aportar uma felicidade desvairada em meu peito. Mas venho pensando, que essa história de felicidade-para-sempre, talvez não exista... Eu quero o oposto da solidão. Quero o oposto da dor. Quero os opostos.

A outra Margem







y solo resta el silencio, un ondulado silencio

Talvez eu morra sem nunca me entender...

domingo, 13 de março de 2011

Não me prendo a nada que me defina

"Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…"
“Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca." 
Venho me cansando dos círculos sociais. Tô de saco cheio de pessoas que filosofam das mazelas humanas, que ridicularizam os outros por serem aquilo ou isso. Eu fico pensando que todos somos fudidos, e que precisamos que os outros sejam mais fudidos ainda pra falar deles.  Conversas de bares me irritam. É muita hipocrisia reunida, filósofos de botequins. Conversas banais sobre coisas banais. - Vocês ficaram sabendo daquela apresentadora que caiu no carnaval? - As pessoas ao invés de falar do carnaval histórico de Olinda preferem falar da fulana que cai, da devassa que não tem nada de devassa. Não é a mesma coisa no final das contas? Estão falando da doida que caiu no carnaval, mas com um tom sabedores da verdade.  Traçam um paralelo da apresentadora que caiu com carnaval de Olinda pra conversa ficar mais cool, depois riem da criança de cinco anos que não nada tem de criança, a “anticristo” moradora de Olinda. paunocu.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Maria Esmelinda, a fazedora de santos.


A pessoa mais linda que conheço, que é mais grande que o mundo.


Frequentemente, querer e não poder... Por mais difícil que querer algo seja, as pessoas que mais sofrem são aquelas que não sabem o que querem.

Carnavália


Carnavália
(Arnaldo Antunes / Carlinhos Brown / Marisa Monte)

Vem pra minha ala
que hoje a nossa escola vai desfilar
Vem fazer história
que hoje é dia de glória nesse lugar
Vem comemorar
Escandalizar ninguém
Vem me namorar
Vou te namorar também
Vamos pra avenida
Desfilar a vida
Carnavalizar

A Portela tem Mocidade
Imperatriz
No Império tem uma Vila tão feliz
Beija-flor bem ver a porta-bandeira
Na Mangueira tem morena da Tradição

Sinto a batucada se aproximar
Estou ensaiado para te tocar
Repique tocou
O surdou escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu
Será que era eu
quando ela passou por mim

Lá Lá...
Aonde?
Lá lá...
Me diga, aonde?

Túnel Azul