sexta-feira, 18 de abril de 2014

"não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.

eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

e por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim."

c.m.
uma mulher caminha pela cidade. uma mulher no seu cotidiano de expurgar a dor caminha pela cidade sem destino. caminha com  brasília de mãos dadas. caminha sem saber pra onde, nem como e nem quando irá parar. observa o tempo no balançar do parquinho na 402 norte. o tempo foi deixando de existir e o silêncio manso ocupou o vazio do corpo da mulher. uma mulher se perde no meio da noite. e por se perder vai se lembrando da folha que cai. 

sábado, 5 de abril de 2014



foi que chegou
se debruçou
no minuto que não viria mais
e repousou os olhos num inquieto ponteiro
que ignorou aquele sonho
que se perdeu na tal promessa
de um novo dia
tempo, tempo, tempo, tempo.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

ela pintava a unha de roxo enquanto chorava. enquanto chorava tentava não misturar o esmalte com choro que lhe caía do rosto. tentava não misturar a lágrima do rosto com a pintura do esmalte fresco, que tanto pintava.