segunda-feira, 29 de setembro de 2014

chegança tropical magica apetitosa




"...idealmente, as pessoas deveriam se unir já se sentindo preenchidas por si mesmas e ficarem juntas apenas para apreciar isso no outro, em vez de esperar que outro supra essa sensação de bem estar que elas não têm sozinhas".

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

gerúndio absoluto

acordei balançando às cinco da manhã...
a boca babando com fome de vida
a língua molhada
coração pulsando
acordei ao som de pássaros
inúmeros vizinhos cantando a cidade invisível
o silêncio absoluto dos pássaros
a cidade ainda escura
os abacates compartilhando  o divino absoluto comigo.
“A gula está relacionada à repressão sexual. Existe um fino canal que liga a ponta da língua ao sexo. Você não pode realizar a meta da vida sem passar pelo sexo. Quando puder se libertar da repressão, todo o seu sistema vai relaxar, e um espaço interno se abrirá. Então, sua consciência te ajudará a se alinhar com os hábitos alimentares.”

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

identificação absoluta

o mar termina onde?

pressentindo sua presença resolvi sair de casa com uma sacola de plástica pra proteger meu fone de ouvido. e você veio como meu instinto pressentiu. você sabe que sou apaixonada por músicas, que quando corro pela cidade meus ouvidos viram uma discoteca ambulante. o plástico salvou a tecnologia. enquanto eu, livre, corria como um cavalo com água nos pés. dessa vez foram águas nos meus pés que me lançaram no abismo da vida. de gotas pequenas até trovoadas intensas da chuva tanto esperada por mim. você veio. corri, corri, corri, corri... senti você em mim. me rasgando, me invadindo, me amando, me querendo por todos os lados. eu te tive em pressentimento e presença. e acalma do fim do arrebatamento trouxe o caminhar. caminhei com você e o vento que nos levou além de nós. sopramos, chovemos, dançamos numa quarta de impulsos. dessa vez resolvi voltar pra trás, você já tinha cessado, mas a presença havia mudando todo espaço, o cheiro das coisas. voltei e tudo não era a mesma coisa que tinha sido da corrida inicial. era tudo assim novo novamente. as cores estavam azuis, o amarelo no azul, o verde no azul... o azul no caminho se fez de volta pra casa. aí pensei nessa vontade louca que estar me dando de dar um tempo com brasília. eu a amo, mas precisamos dar um tempo. preciso disso pra viver. ela me entende.
te contei que peguei no caminho cagaita? que a primeira mordida que dei senti a vida em mim? te contei que catei no caminho uma fruta desconhecida? não sei do que se trata. ela tá na cozinha agora me esperando.
ela me chama nesse momento. 
“O aprofundamento em uma relação amorosa não pode ser forçado. Às vezes a entidade precisa de variedade, até como um remédio para curar a repressão, e porque talvez ela ainda não esteja pronta para olhar para certas páginas do livro da sua vida. Mas não há nada de errado com isso, são apenas momentos na jornada. Não caia na armadilha do eu idealizado que faz você se cobrar o que não tem para dar. Ele é um tirano cruel que exige que você seja uma coisa que não é. Ele pede que você se entregue para uma relação, mas talvez você não esteja pronto para isso.”

"o que vemos só vale - só vive em nossos olhos pelo que nos olha".

o caminho é longo e a vida é breve. a vida é breve e surge uma coragem desmedida em mim. um cavalo no meu peito correndo em direção ao mar. olha a vida e quer molhar o corpo inteiro no mar das incertezas. um paradoxo, uma coragem de viver na intensidade do amor que me rouba do tempo. que me rouba de mim e me perco.
o tempo que cura a dor e transforma em pulso a vida. batimentos cardíacos sem categorias.
descobri que a caminhada se faz a pé mesmo, passando por todos os tipos de terrenos. e quanto mais me encaminho a mim mais posso sair dos meus castelos. sair pra passear, ver, olhar, sentir, respirar, silenciar. 
os tijolos eu vou derrubando pra construir outros caminhos. caminho de árvores me parecem mais vivos que tijolos e muros de pele. 
nunca fui covarde em andar pela vida. se tive medo fui com ele. a entrega talvez não tenha sido tão plena, mas talvez não fosse o momento naquele processo.
e não é à toa que se tem uma vida pra viver. se bem que não acredito em apenas em uma. a vida é um dos mistérios mais divinos que pode existir. é lindo isso. não tenho palavras, mas tenho sentimentos pulsando em mim. se eu pudesse dançar isso por meio dessas palavras, talvez alguém enxergaria.
a minha jornada foi feita de encontros e de fugas. agora nesse tempo de mudanças e trovoadas vindo da vida  não preciso mais fugir. me tornei pra mim um encontro vasto. um risco de querer me conhecer a cada em encontro. de me abandonar e voltar a mim. de ir no outro mesmo com avalanches e redemoinhos internas. tenho aprendido a ter mais calma. calma de um bebê recém-nascido conhecendo a vida.
curioso que nessa busca de liberdade tive que conquistar minha  solidão primeiro. conquistar minha solitude dançando e tendo medo. o medo que me impulsionou para o abismo. eu sempre me joguei em abismos, vou fundo. quando vejo já estou estatelada no chão como um abacate que cai na seca. abacates se lançam do alto como quem se lançam na morte querendo nascer. eles se jogam pra se perder na terra. "... tem força suficiente para admitir que quando não mais se aguenta... tomba... quando não suporta cai, desapega, desgruda, em queda livre, ponto em risco até a semente..."
o bom da vida é se perder. abraçar seus monstros e anjos. olhar pra vida com olhos de criança. porque a realidade é uma das piores ditaduras que pode existir.
quero antes de tudo agradecer a vida pelos sinais de amor que sempre existiu. pela delicadeza que sou agora pra ter calma de viver. agradecer pelo engajamento de vida que sempre existiu e que agora e percebido com mais intensidade. obrigada pela abertura para outro. e não é fácil. nunca foi.
melhor que a solitude de se ser é caminhar a pé com outros. somos. não estou mais sozinha, pois percebo que a coragem e a covardia é um jogo que se joga a cada instante do viver.  

sábado, 20 de setembro de 2014

é sonho-segredo, não é segredo.

pra iluminar meus monstros e anjos, pra encontrar a paz pelo espaço

cada um descobre o seu anjo tendo um caso com o demônio.
m.c


https://soundcloud.com/leticiafialho/let-cia-fialho-passeio
manoel de barros-me diz, nesse sábado tão quente. 
(...)não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
perdoai. mas eu
preciso ser outros.
eu penso
renovar o homem
usando borboletas.
tens medo de fazer amor comigo?
- tenho - respondeu ele.
- por eu ser preta?
- não, não é por seres preta que eu tenho medo.
- tens medo que eu esteja doente...
- sei prevenir-me.
- é porquê, então?
- tenho medo de não regressar. Não regressar de ti.
m.c
cozinhar é um modo de amar os outros.
m.c
“Eu estou te convidando para ir além do medo, além do controle. Estou te convidando para viver a experiência de estar vulnerável, deixando Deus te levar. Simplesmente relaxe e esteja atento a sua intuição, à sincronicidade. O seu coração sabe o caminho.”

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

terça-feira, 16 de setembro de 2014

será que eu suplico e fico a sua espera, ou me despedaço e faço esse amor morrer

pra dizer adeus a toda defesa que pode existir

sonhei com você
novamente uma visita efêmera
tentei te dizer abafada pelos teus beijos
quase não resisti
o sonho acabou, toda dor de perdas
toda magoa viajou pra lugar nenhum
não tem mais endereço em mim
sonhei contigo pra dizer adeus
meu grande amor
se o amor ainda quiser a gente
ele vai nos dizer
hoje digo adeus pelo direito de ir e vir
e eu não sei onde isso vai dar
pois não mando no querer

adeus

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

domingo


vou andando pela cidade. esbarro aqui, esbarro ali. e chego nos encontros. eu e ela, a cidade. brasília.
e você pode andas por brasília? por onde andou e levou um pouca da cidade no corpo, no pulso da memória? e se eu te pedir pra compartilhar uma (mais que uma) memória, você me empresta sua história com a cidade de brasília?
é simples, bem simples... você me envia uma foto de um lugar de brasília que te causa afeto, seja lá qual for esse afeto. amarelo, rosa, azul, vermelho, preto... água...nuvens... cachorro... carrinho de picolé...tá valendo. se quiser também compartilhar sua história com o espaço, também é bem vindo. é mais que bem vindo.
sei que eu não disse muita coisa sobre essa relação entre eu e brasília, mas vou dizer duas palavras que norteiam essa dança: solitude e encontro.
pros que toparem embarcar nesse barco, peço que enviem um email pra marcinha com sua foto e história. quem sabe uma carta... ela adora receber cartas.
ps: se puderem compartilhar esse convite, vai ajudar a redear o chamamento ;)

quando pego na sua mão





sábado, 13 de setembro de 2014

brasília não é mais a mesma



brasília é muito ampla. o que mais se escuta por aqui são os carros e os pássaros. é um exagero, eu sei. mas quando se fala de um espaço imenso onde estão as pessoas? de certo elas estão em suas vidas. é tão óbvio na sua sutileza.
ora ou outra, ora entre outra num amplo espaço, no entre eu e a seca de setembro avisto ao longe uma pessoa caminhando. uma e o espaço. uma pessoa grão no espaço, ou do espaço. me perco, pois não é preciso definir um grão de existência no infinito do existir.
por esse mesmo espaço seco de setembro, tortuoso e luminoso um amigo leonino passa por de trás de mim. só percebi que era um amigo, porque eu olhei movida pela curiosidade de saber quem habitava aquele espaço tão amplo. uma dimensão subjetiva da manhã, um sol rasgando o meu silêncio. meu minuto de silêncio interrompido.
ele esguio passava pelo caminho dos desejos e seguiu em frente. nada disse e passou. talvez ele não quisesse interromper o meu espaço amplo. naquele momento eu habitava um amplo espaço, eu era um grão de existência debaixo de uma sombra de uma árvore do cerrado no mês da seca.
tentei assoviar pra ele na tentativa de um contato direto, mas não surtiu efeito direto. não insisti e voltei para o encontro imediato com espaço. espaço. espaço. tão amplo e tão tempo essa imagem que percorre meu dia a dia pela cidade. de ir e vir.
de um extremo ao outro comecei a ser vista por pessoas. ainda dava para contar nos dedos...  as pessoas existem nos espaços amplos de brasília.

brasília é meu castigo. 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

empoderamento



como eu amo a vida. é uma espécie de mágica. é uma dança que me desloca pra dentro e fora de mim. é um instante pequeno e gentil de entrega. e só basta eu ficar atenta, forte, com um olhar amplo, generoso e vivo. é preciso viver com coragem a cada instante único que se pode ser pleno. é preciso se entregar. hoje tenho dimensão desse amor, das oportunidades que ela me oferece. e como são tantos os sinais no caminho. antes eu tinha medo, era cega e não via seu emaranhado do todo que nos une. um elo. eu só quero agradecer a ela, pelo inúmeros presentes no caminho, que vão desde encontros com pessoas preciosas e abacates estatelados no chão, ipês amarelos feito algodão doce, nuvens no céu, eu indo ao encontro de um grande amor. um grande amor que nunca morre. e se morre é pra nascer diferente. transformado.  re-curso de um rio. vivo. obrigado por tudo, vida!obrigado pelo entendimento do desatar nós, do desatar defesas do meu coração, essa dureza imposta que agora posso transformar. amo você vida! amo tudo isso e tô aqui com coragem pra viver. pra ficar descabelada e assanhada de querendo toda em mim. 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

reconhecendo o amor



me perdi na escrita por querer te encontrar
e me encontrei
me encontrei sentada sozinha num pé de cupinzeiro
lá estava eu a meditar,
a escutar a música que a vida quer me presentear
escrevi sem vaidades pra entender, pra não entender
pra rir e chorar esse amor que tanto me transformou
que raiou um amor adormecido pelo sofrimento
que fez nascer um novo amor coragem
coragem pra combater o medo.  

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

catapimba

"É que assim, do nada 
Não me preparei para receber amor, só me preparei para fugir 
Talvez dessa vez eu fique"

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Manifesto pela ocupação amorosa dos corações vazios

"E de agora em diante, fica estabelecido que todos os corações vazios, mal amados, partidos, abandonados ou tão somente subutilizados serão pacífica e amorosamente invadidos e ocupados pelo amor em todas as suas formas.
Sem paus e pedras e enxadas, mas com flores e música e presentes e simples declarações de apreço e cuidado, o amor tomará posse irrevogável de todo e qualquer coração devoluto. Banqueiros e bancários, construtores e operários, empresários, professores, artistas de rua, profissionais de toda sorte, adultos e crianças e velhinhos, todas as almas solitárias deste mundo! Preparem-se para ceder sem luta à chegada implacável do amor às terras férteis de seus corações.
Abram seus portões, escancarem as portas, liberem as janelas, prendam os cachorros e preparem a casa à visita permanente do amor operário, trabalhador, corajoso e simples. Ele vai chegar sem slogans ou passeatas, sem discursos, gritos de guerra ou enfrentamentos com a polícia. Vai surgir na hora mais silenciosa da noite, deitar ao seu lado e acordar com você na hora de ir ao trabalho, como se ali estivesse desde sempre.
O amor vai chegar assim, de manso, mas com o passo forte e a potência de um jato varrendo a craca dos rancores, a sujeira grossa dos maus pensamentos, a gordura acumulada das chateações diárias, da burrice, da inveja, da grosseria. Virá com a força mesma da vida, desobstruindo os canais da memória entupidos de morte. Virá alegre como o cão que reencontra o dono depois da eternidade de um dia inteiro sozinho em casa, à espera.
E então as preocupações ordinárias e mesquinhas farão as malas e deixarão os corações livres para viver em absoluto estado de ocupação plena pelas intenções e ações de um amor generoso, diário e vital.
Esse amor que acorda cedo e faz ginástica, que parece tão mais jovem do que de fato é, esse amor vai pintar as paredes da casa, mudar a posição dos móveis, vai matar a sede e a fome que restam, soltar os passarinhos de suas gaiolas ridículas, vai cuidar da horta no quintal e presentear os vizinhos com as verduras frescas. Esse amor vai florescer e perdurar e se esparramar pelas redondezas. Vai levar ao passeio diário os cachorros que vivem dentro de cada um de nós. Esse amor vai invadir em paz a nossa vida tão talhada para a guerra.
E quando as forças armadas de um coração já machucado se levantarem em defesa natural de sua estrutura, em puro e simples movimento de autopreservação, o amor estenderá sua mão pequena e linda, de unhas roídas e sem nenhum esmalte, e todas as armas cairão em silêncio. Então esse coração abrirá suas fronteiras à chegada irrefreável do encantamento amoroso e total, explosão de energia que nos leva ao encontro de quem somos, nos resgata da morte e nos devolve, sãos e salvos, à vida que é hoje, amanhã e depois um longo e eterno agora."

segunda-feira, 1 de setembro de 2014