sexta-feira, 30 de julho de 2010

A casa tá com cores diferentes devido à mudança de rotina.

Blá, blá, blá...

Nas noites escuras todos dormem em paz ou não nas suas camas, enquanto eu permaneço com os olhos abertos. Queria me sentir segura, mesmo com a tempestade, mas sinto que a qualquer momento a casa vai cair. A gente tem a mania de viver no caos e acaba culpando os outros por nossos problemas, quando na verdade, é culpa nossa não ter capacidade de resolvê-los.
Fiz a listinha da semana e como sempre não segui a risca os meus deveres. Ok, sou uma cretina, eu sei. Mas juro que não desesperei essa semana. Internamente tôu gritando... -Não desesperei.
Tantos trabalhados acumulados, mas só senti indisposição em fazê-los. Ai, que me falta animo esse ano. Aquele tipo de animo que te faz acordar de madrugada pra tá cedo em um lugar desejado. Animo pra levantar da cama, entende?
Semana passada foi uma bela surpresa conheci outras pessoas, mas essa foi um tanto perdida. Tenho que mudar a rotina. Vou comer e estudar em baixo de árvores. Olhar para céu em dia quente e não reclamar. Dormir mais cedo e não perder tanto tempo nessa maquininha do Capiroto.
Estudar sobre o existencialismo me faz ter certa pena dos meus atos porque no afinal das contas sou totalmente culpado por todo caos que há em mim. Viva La vida... Viver é morrer um pouquinho a cada dia... lentamente, lentamente. Não é desespero ou será. Não quero pensar nisso agora. Vou tomar um chá verde e descansar um pouco a mente.

Amore Porteño




quarta-feira, 28 de julho de 2010

Espelho d´agua

A semana passou como um clarão... Foram-se ventos pesados sobre a casa... Em uma tarde de segunda sentou-se na beira do laguinho na 308 sul e brincou com sua sombra  refletida na água. O vento frio não incomodava. Levantava seus cabelos encaracolados semi secos. O sol ia desaparecendo aos poucos por trás das árvores. Ela se virou com o burburinho de duas moças jogando futebol. Vontade não lhe faltou para estar junto com elas, mas não teve coragem de criança para fazê-lo.  Olhou sua imagem refletida na água e viu como sua imagem ia desaparecendo com a noite que se aproximava. Borrões na água era o que ela via. Os peixes laranjas já não eram mais vistos com a mesmo intensidade e ao fundo ainda escutava a alegria das moças jogando futebol. De certa forma ela foi feliz naquele dia. Ela descobriu que felicidade se conquistava sozinha. 

domingo, 25 de julho de 2010

Brasília é poesia.




MARCOZERO

Minha armadura quebrou. E foi tão fácil. Me permitir ser espontânea. Não fiquei na posição de ataque. Quero agradecer ao céu, à lua, as plantas, aos ipês, a Victoria, o Leif, a Jessica (OBRIGADA POR EXISTIR NO MUNDO E NA MINHA VIDA) pelo dia incrível que passamos hoje (24 de Julho de 2010).

Objetivos a cumprir a partir de agora:

1. Sair da posição de ataque;

2. Me permitir mais;

3. Parar de sofrer;

4. Entrar numa escola de dança;

5. Ser mais leve;

6. Apaixonar por alguém (hoje senti isso por uma pessoa. Mentira. Três pra ser sincera. Mas só por uma pode ser possível, sei lá... foi ótimo;

7. Curtir a vida;

8. A riscar mais;

9. Ser feliz;

10. Começar a fazer meu projeto de pesquisa;

11. Acreditar em mim;

Cumprir esses deveres pra ontem.

sábado, 24 de julho de 2010

(...) Ando bebendo demais. Quando se bebe, fica-se com o inconsciente a nu e só se pode sentir, sentir, sentir. Deus é uma coisa que se respira. Eu não tenho fé em Deus. A sorte é às vezes não ter fé. Pois assim um dia poderá ter A Grande Surpresa dos que não esperam milagres. Parece, aliás, que milagres acon­tecem como maná do céu sobretudo para quem em nada crê. E essas pessoas nem notam que foram privi­legiadas. Cansei de pedir. Para que o milagre aconteça é preciso não esperá-lo. Nada mais quero. Eu sou a noite e Ele é o vaga-lume. Meu tema de vida é o nada.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ódio demais mata

Às vezes os outros dizem o que eu queria dizer. Muitas vezes. Acontece o tempo todo e eu odeio e amo os autores por dizer melhor do que eu diria aquilo tudo.

Escrevo e falo tão mal (mau?) que tenho vergonha. É frustrante perder ou engolir as palavras.

Odeio me sentir burra. Odeio falar com dificuldade. Odeio engolir “r” e “s”. Odeio não saber nada de português. Odeio o meu deixar passar. Odeio com o maior ódio do mundo a minha resistência. Odeio esse ódio todo. Odeio meus bloqueios. Odeio não ter passado na prova específica. Odeio não ter autonomia maior sobre as coisas. Odeio pesar demais as coisas. Odeio não ser “CDF” (ainda existe isso?). Odeio minha culpabilidade. Odeio não me aceitar. Odeio jogar sempre contra mim. Odeio, odeio, odeio...

Quanto ódio no coração... isso não é nada bom. É quer saber - vou parar de odiar tanto e vou resolver essa listinha de ódios. 

Quarta-feira, Maio 22, 2002

Estou tão cansada. Meu corpo dói por causa da tensão. Parece que estou encolhendo. Acho que estou, mesmo. Até minhas frases ficaram mais curtas.

Acho que não acredito em mais nada. Acho que vou para casa. Empacotar minhas coisas, meus gatos, meus discos, meus livros e ir para casa. Não me arrependo de ter saído de lá, precisava enfiar a cara na lama. Mas agora preciso limpar toda a sujeira. Estou suja, imunda. Eu agüento, eu agüento, sempre agüento tudo, mas cansei. Nem meu corpo suporta mais, coitado. Preciso hibernar, dormir meses e meses e só acordar quando o sol voltar. Estou fraca e cansada. Lindo isso de caber nas calças, mas elas estão começando a cair. Não consigo comer. Não posso beber. Cansada, mole, fraquinha, tão não-eu. Cansada de ficar esperando algo que me alivie, que me deixe leve. Poucas coisas têm me feito sorrir, além de mim. Engraçado, fico feliz com o fruto da dor. É bom saber que eu mesma sou um alívio para os outros, mas ei, também preciso de um pouco de açúcar na minha tigela, como insistentemente a Nina pede nos meus ouvidos. Paciência, Nina. Muita paciência. É isso que falta. O tempo me mata.

Não sinto mais raiva. Não tenho forças para sentir raiva. Isso deve ser bom. Gostaria de sentir bastante raiva agora, acho que seria uma benção dar uns socos na parede e soluçar bem alto, arranhar meus braços e morder meu lábio com força. Mas só consigo guardar tudo dentro da garganta. Fica ali. Grudado. Estático.

E o filho da puta não pára.
Fumo, fumo, fumo. Fumei demais hoje. Ontem também.
Me deram um cobertor. Não volto para casa hoje. Fico aqui, no sofá.
Cansei. Vou embora desta cidade. Preciso de um pouco de paz.
Amanhã eu mudo de idéia. Amanhã passa. E o que passa não importa. Só as palavras importam.
Amanhã passa. E eu fico. Eu tenho que ficar.

INANIA VERBA

Ah! quem há de exprimir, alma impotente e escrava,
O que a boca não diz, o que a mão não escreve?
- Ardes, sangras, pregada à tua cruz, e, em breve,
Olhas, desfeito em lodo o que te deslumbrava...

O pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve,
E a Palavra pesada abafa a idéia leve,
Que, perfume e clarão, refulgia e voava.

Quem o molde achará para a expressão de tudo?
Ai! quem há de dizer as ânsias infinitas
Do sonho? e o céu que foge à mão que se levanta?

E a ira muda? e o asco mudo? e o desespero mudo?
E as palavras de fé que nunca foram ditas?
E as confissões de amor que morrem na garganta?!

Obrigada, Senhor Bilac. Era isso que eu estava tentando dizer.

...

Cansada demais... Fico até de saco cheio disso aqui... das minhas crises que aumentam a cada dia. Me sinto egoísta, agora... franca, cansada, sem esperança... espero que amanhã eu esteja disposta... hoje, só preciso desaparecer de mim... esquecer tudo, mas como isso é impossível... vou apenas fechar os olhos por essa noite... descansar.
Uma última coisa- sou inapta a fazer o que amo. Essa foi à avaliação que me deram. Inaptidão...

terça-feira, 20 de julho de 2010

FesDinha




Quanta ingenuidade

Como sou ingênua.

Hoje na aula um professor meu me pegou pelo pé e me virou de ponta pra baixo. Ele disse que o grande problema da geração atual, é que “nós” somos apressados demais. Queremos tudo pra ontem. E disse mais: tenho pena de vocês.

Quando ele falou isso era como se os meus problemas fossem birra de criança. Besteira pra ser mais precisa. E ele tem total razão. Somos a geração que não absorve o tempo das coisas. Engolimos o tempo sem saborear sua delicadeza.

Que ingênua eu sou. Não sei saborear meu tempo precioso enquanto tenho ele. Depois que o Quetty (tôu de amores por meu professor sem segundas intenções) gritou isso em meus ouvidos, subitamente veio uma calma repetina em mim. Juro que não esbravejei hoje pela falta de tempo. Esbravejei por outras coisas que agora tenho que assimilar melhor. É isso. Viver é aprender com outros.

Gostei disso.

Hilda Hilst

Ama-me. É tempo ainda. Interroga-me.
E eu te direi que o nosso tempo é agora.
Esplêndida avidez, vasta ventura
Porque é mais vasto o sonho que elabora
Há tanto tempo sua própria tessitura.
Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. E de aspereza.
E transitória se tu me repensas.

You do me wrong now

É muito estranho... Desde ontem as lágrimas secaram.
Tão fácil... Parece que certas lacunas não existem mais.
Não sei... É que não tou sentindo nada.
Eu sofro de nada... E ainda não sei do dia de amanhã.
Insônia... Queria um chocolate quente.
Tá tão frio... Ouço essa música... “You really gotta hold on me”.
Precisamente... Escutei 140 vezes essa música só nessa semana.
Não chamo isso de depressão… Não é tristeza.
Gosto de ouvir uma música muitas vezes em um mesmo dia.
Música me faz bem... “l don’t like you, but l love you”.
Amanhã é mais um dia… Dia de ser...
Preciso dormir… Tempo, tempo seja meu amigo.
Tempo, tempo, tempo... Fazer tudo correndo.
Escrever tudo correndo... Ler tudo correndo.
Acho que tôu sentindo... Agora, precisamente.
“Seems that l´m always thinkin of you”... Chega.
Vou mudar de música… Talvez coloque uma dançante.
Ah, não... Quero essa mesmo.
Quero sair daqui... Quero minha cama.
Meus livros... Meus discos.
Ontem comprei um disco... El Radio.
Gostei do que ouvi... Gostei de uma música que agora não me lembro o nome.
Meu joelho... Tôu com câimbra.
É a posição desconfortável na cadeira.
Com o tempo os joelhos... Não funcionam mais.
O meu já não bate bem de saúde.
Quando criança... Eu costumava jogar futebol.
Eu era considerada... A “fominha” da turma.
Era mesmo... Mulheres ás vezes são lentas.
Não tenho paciência... Queria ter paciência.
Paciência com esse frio... Essa insônia.
“Tudo sobra em mim... Ao mesmo tempo não há nada em mim.
Nem ninguém... Eu sofro de nada e de ninguém”.
Ai, que vontade de urrar... Rasgar a roupa e gritar até suar.
Até quebrar tudo... Derrubar prédios... Vitrines.
Estourar copos de cristal... Lá do outro lado da cidade.
Gritar um “foda-se” pro mundo... Foda-se.
Foda-se você... Foda-se seu egoísmo.
Foda-se... Foda-se.
Que besteira... Também sou fudida.
A vida é muito mais fácil... Quando você definha sozinha.
Quero ficar aqui sentada... Mas a dor aumentou.
Merda... De joelhos.
Eu sou o coelhinho da Alice... Me enfiando na toca e caindo no buraco.
Chega... Vou dormir.
Mesmo com dor... Mesmo sem sono.
Talvez um cigarro antes dormir... Ajude essa minha intranquilidade.
Culpa dessa música... “You really gotta hold on me”.
Prometo que essa vai ser a última vez... Que escuto essa música.
Quando ela acabar... Vou me acalmar.
Vou me deitar... Na cama de poeira.
Amanhã tudo vai voltar ao normal... Hoje vou dormir.
É necessário... Imperativo.
Essencial.
“l love you and all l want you to do is just.
Hold me… Hold me…”

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Das coisas esquecidas atrás da estante

O começo nunca teve fim.

Busco o sofrimento como o moribundo no deserto à procura de água, rastejando, cega e surda, sem sentir nada além do cimento na barriga.

Não, eu não odeio.
Eu não amo.
Eu não esqueço.
Eu não quero.

O começo nunca teve um fim e para sempre vai ser um começo, como os contos de fadas que acabam no meio; e foram infelizes para sempre. Sem fim, sem fim. O príncipe se enforcando na ponte do castelo, tirando a corda do pescoço ao fim da cena, porque é tudo uma grande farsa, e ele não é um príncipe, apenas um menino bobo.

E todo o dia seguinte é lindo e quente e ensolarado e me atordoa porque é claro demais e eu vejo todas essas feridas e lambo todas essas feridas e elas nunca cicatrizam, toda vez que o dia chega elas estão lá, no mesmo lugar, marcas de ferro e fogo ao lado do coração burro todo sujo de tinta. Então o tempo fecha e chove, chove, granizo castigando o mundo, o céu despencando, a lama correndo aos meus pés e me afundando, sujando tudo, o olho borrado, tudo embaçado, tudo errado e fora do lugar, o vento dançando nas cortinas, jogando umas gotinhas geladas no meu rosto, perguntando porque eu não chorei. Olha, eu tentei, o sentimento estava lá, engasgado na pontinha dos meus cílios, uma lua crescendo na minha garganta, eu entre o sofrimento que me daria o que eu quero e a felicidade que me dá o que eu acho que não posso suportar porque é bom demais, porque tudo que é bom está errado, o inferno é que está certo, cutucando minhas costas com um tridente e me empurrando para frente.

O dia tem luz demais, prefiro a noite, onde meus olhos ficam muito abertos e as coisas fazem sentido. De noite é tudo como eu quero. Não tem dia no inferno. Não tem dia, não tem flor, não tem nada bonito. O inferno, querido, é meu céu. O dia não faz sentido. Sofrer faz sentido, dê cá meu chicote, já que você não tem coragem de bater.

Sem fim, sem fim. Tudo que eu tenho é um ponto final.

sábado, 17 de julho de 2010

Morte e vida Humana

O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.
Fernando Pessoa

A morte tece seu fio de vida ao acaso.

Dori Caymmi e Paulo Cezar Pinheiro

Não há cura para o nascimento nem para a morte, a não ser usufruir o intervalo.

George Santayana

A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos.

Mario Quintana

As pessoas já têm suficiente medo da morte para necessitarem que ela lhes apareça com um sorriso a dizer: Olá, sou eu.

José Saramago

Amigos não consultam os relógios quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida- a verdadeira- em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira.

Mario Quintana

Você não achou o texto confuso?

Não sei mais definir essas coisas tiradas da alma
Como confusas
São nossas verdades
Elas são sempre confusas e perdidas dentro de nós.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tenho um demônio na carne, no corpo...

Eu estou vazia. Meu quarto está vazio. Brasília está vazia. Merda, não consigo nem chorar. Estou seca por dentro. Meu corpo apodrece. Escrevo palavras pra viver. Eu sou palavras estancadas no peito. Penso, respiro, ouço... cadê minha coragem que não aparece. Preciso sair do meu caos. Tenho um bicho preso na alma... Tenho que tomar cuidado com as coisas que falo e penso. Minha carne tem cheiro de livro velho e esquecido. Ás vezes acho que já morri há muito tempo. Fico aqui porque sou teimosa e gosto de brincar de faz de conta. Moro dentro de um livro em que as páginas foram degradadas pelo tempo. Só tomo consciência pelas palavras que escorrem da minha alma e quando proferidas ninguém entende o que quero dizer. É, contraditório, eu sei... sou feita de grandes contradições. Com a palavra encontro significações para aquilo que vivi ontem, anteontem, ou para aquilo que crio expectativas. As expectativas me destroem... Posso ainda planejar meu futuro com a palavra, com ela sei que existe um tempo que virá, um tempo que ainda não é.

-Não sei quem sou. Mas sei que tenho um demônio na carne, no corpo... Escrever me deixa nua...

“Eu preciso de alguém que me faça a calar a boca, alguém que me obrigue a escutar... eu preciso disso pra parar de ter vontade de ficar olhando pro lado o tempo todo. Preciso de alguém que me cure. Um homem que me cure. Acho que esse cara não existe. Quer dizer ainda não encontrei. Mas eu vou continuar procurando.”

Eu preciso organizar o caos que sou, mas o problema é eu que fico achando que caos é ordem...

Tenho que aprender...

A melhor forma de aprendizado é saber ouvir. Ouço, respiro, observo, processo/ Ouço, respiro, observo, processo. Aprendi ouvindo que, quando a gente fala mais do que ouve, se recria um SER cada vez mais inventado pelas palavras. Silêncio.

De vez em quando, há uma torre de babel dentro de mim. Eclodem muitas vozes de línguas desconhecidas que não se cruzam. É como um surto!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

E o que mais existe



Era eu naquela estrada
Mas você não podia me ver
Muitas luzes acesas, mas em nenhum lugar perto daqui
Era eu naquela estrada,
Embora você ainda não podia me ver
Lampejos e explosões
As estradas estão ficando mais próximas
Nós percorremos distancias mas separados
Eu sou a tempestade, e eu sou a maravilha.
E então, lampejos, pesadelos
E explosões repentinas
Eu não sei o que mais pedir
Eu recebi somente um desejo
É sobre você e o sol
Uma corrida de manhã
A história do meu criador
O que eu tenho e o que eu desejo
Eu tenho um ouvido de ouro
Eu corto e eu espeto
E o que mais existe
As estradas estão ficando mais próximas
Nós percorremos distancias ainda separados
Se eu sou a tempestade, se eu sou a maravilha
Terei eu lampejos, pesadelos
E explosões repentinas
Não há nenhum lugar que eu possa ir
Você também tem segredos
Eu não sei o que mais pedir
Eu recebi somente um desejo
Royksopp

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Felizmente mais doida

"A prova de que estou recuperando a saúde mental, é que estou cada minuto mais permissiva: eu me permito mais liberdade e mais experiências. E aceito o acaso. Anseio pelo que ainda não experimentei. Maior espaço psíquico. Estou felizmente mais doida."

"Eu quero óculos Ray Ban, lentes Baush & Lomb, armação carbo-alumínio!"

O FILHOTE DO FILHOTE DE ELEFANTE em São Sebastião

Data: quinta, 15 de julho de 2010
Hora: 17:00 - 18:00
Localização: São Sebastião, em frente ao CAIC

(...)

(...)

Dagô Cardô: O que seria de você sem as fotos que eu tirei?
DieuLeVeut: Seria uma mulher sem sua cruz.
Dagô Cardô: Ou uma mulher que perdeu a si mesma e sua cruz.
DieuLeVeut: Que lastima seria.
Dagô Cardô: Uma lágrima verteria.
(...)
Dagô Cardô: Você tem que ser paciente.
DieuLeVeut: Desculpa essa alma impaciente.
(...)
DieuLeVeut: Estou muito frágil...
(...)
DieuLeVeut: Estou em estado de desistências.
Dagô Cardô: Até...?
DieuLeVeut: Tudo.
(...)
DieuLeVeut: Um dia te conto meus segredos.
(...)
Dagô Cardô: Mas a gente tem tão pouco tempo juntos.
DieuLeVeut: Façamos um tempo juntos, então, para contar segredos.
(...)
Dagô Cardô: Façamos, então!
(...)
Dagô Cardô: Teremos mais tempo.
DieuLeVeut: As coisas vão ficar melhores...
(...)
DieuLeVeut: Beijos de Lua.
Dagô Cardô: Beijos de Sol.
(...)

Sinto saudade e imensa curiosidade de saber como seria o seu sorriso agora para mim.

domingo, 11 de julho de 2010

La seule manière d'être heureux c'est de nous libérer Faire tout ce qu'on peut et on s'en faute



Pecadora

Eu não consigo me controlar

Tenho um demônio na carne, no corpo

Sonho acordada na escuridão da minha cela,

utilizo os dedos pra provocar sensações proibidas

Eu não sei explicar como isso acontece,

eu sinto um formigamento percorrer o meu corpo,

e algo se desprende, e caminha em direção a você.

sábado, 10 de julho de 2010

Quando é que você para pra pensar?

Sexta- feira: conversa entre amigas. Dia calmo e reflexivo. Chá verde na manhã de ipês rosas. Dois cliques fotográficos pra eternizar o florescer dos ipês. Calmo dia pra discutir sobre o existencialismo, humanismo sobre a vida.

Acordei super cedo pra conversar sobre o existencialismo com uma amiga estudante de psicologia. Que manhã deliciosa. Me senti produtiva depois de vários dias me sentindo a pessoas mais burra desse mundo. Pretendo fazer isso mais vezes. Qualquer dias desses chamo alguém pra discutir sobre as grandes questões mundiais, ou sobre o nada, ás vezes é bom falar sobre o nada. Como por exemplo... sei lá... não importa.

O dia podia ter terminado bem, mas como deixei muitos trabalhos acumulados da semana, passei à tarde inteira na maldita cadeira de concreto enfrente a tela do computador. Isso me faz lembrar um artigo que li em uma revista, em que dizia que a rapidez e a superficialidade da vida multitarefa, permanentemente conectada á internet, está tornando nosso cérebro incapaz de se concentrar e exercer com qualidade a sua função primordial que é pensar. Batata isso. Essa semana eu estava perguntando onde andava meus pensamentos. Isso explica muitas coisas. Preciso diminuir a carga depositada nos lixos eletrônicos, que certa forma, preenche meu tédio do mundo e das pessoas.

Que coisa hein? Quando é que você para pensar? Eu confesso que estou ligada no automático. A minha internet está me deixando mais burra. Socorro. Estou em estado de distração permanente. E agora? Agora, tenho que me libertar disso. Simples. Espero. Vou intensificar minhas leituras. Devorar de fatos meus livros abarrotas na estante. Falando nisso tenho que reler a Preparação do Ator do Constantin Stanislavski e ler uma coletânea de obras do Soren Aabye Kierkegaard começando por Diário de um Sedutor que estou lendo a passos de tartaruga.

Vou bloquear minha agenda por alguns dias até encontrar meu eixo. É certo, que a partir de hoje, todos os dias, vou dedicar um horário nobre do meu dia para uma tarefa prioritária: pensar.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Socorro!

Socorro! Não estou sentindo nada Nem medo, nem calor, nem fogo Não vai dar mais pra chorar Nem pra rir... Socorro! Alguma alma mesmo que penada Me empreste suas penas Já não sinto amor, nem dor Já não sinto nada... Socorro! Alguém me dê um coração Que esse já não bate nem apanha Por favor! Uma emoção pequena, qualquer coisa! Qualquer coisa que se sinta... Tem tantos sentimentos Deve ter algum que sirva Qualquer coisa que se sinta Tem tantos sentimentos Deve ter algum que sirva...  Alguma rua que me dê sentido Em qualquer cruzamento Acostamento, encruzilhada Socorro! Eu já não sinto nada... Socorro! Não estou sentindo nada [nada] Nem medo, nem calor, nem fogo Nem vontade de chorar Nem de rir... Socorro!

NEC - Núcleo de Experimentação Cênica: Primeiro Encontro

NEC - Núcleo de Experimentação Cênica: Primeiro Encontro: "Esse núcleo surge do desejo de aprofundar o trabalho de interpretação desenvolvido durante a oficina Teatrando Montagem. É uma tentativa, ta..."

Tens certeza de que não estás sonhando um sonho emprestado?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

The Long Island Sound

Como tinha prometido a continuação do outro vídeo, ainda que não seja de fato um final.

Em desordem

Vou tentar fazer um texto breve.

Desejei-me um bom dia hoje e ele foi um tanto perdido. Fui pega de surpresa com uma prova. E nem foi uma prova surpresa. A surpresa maior foi me perguntar em que mundo anda minha cabeça esses meses. Onde eu estava quando o professor marcou aquela prova. Pergunto-me agora onde andará meus pensamentos?

Eu juro que tentei escrever alguma coisa naquela folha em branco. Mesmo que fossem só mentiras, mas nem mentir, ou colar na prova eu consegui. Pela segunda vez na vida um pânico me tomou da nuca até os calcanhares. Uma angustia, falta de ar, o desespero me consumiu sem que eu tivesse forças para lutar. Quando vi as lágrimas vermelhas já estavam esparramadas no tapete branco. Eu só queria fugir. E foi o que eu fiz. Quando levantei daquela cadeira eu podia sentir o meu peso me puxando para baixo. Achei que não fosse conseguir retornar pra casa.

Voltei pra casa com o coração querendo sair pela garganta. Deitei-me no sofá e tentei descansar. Dormi como uma criança morrendo de medo do mundo... Descansar. É isso que eu mais preciso nesse momento, descansar. Preciso de uma viagem sem passagem de volta. Ás vezes a gente precisa disso.

Preciso conhecer outros mundos e me encontrar. Então, se um dia eu não estiver mais aqui espero que vocês me entendam. Mas preciso não ficar presa a nada nesse momento. Preciso me encontrar pra saber amar o outro. Tenho que assumir só aquilo que posso cumprir e aceitar que não vou melhorar o mundo sozinha.

Falei que ia fazer um texto breve, mas como não cumpro com muitas coisas, ultimamente... Não me levem a sério... É isso por enquanto. Au revoir.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Tôu com medo


Já estava indo deitar quando resolvi dá uma olhadinha na janela da vizinha. E ela ainda diz que não escreve tão bem. Porra! Tôu chorando como uma criança agora. Ultimamente é coisa que mais faço. Chorar, chorar... Basta ler, escutar, ver qualquer coisa que me faça refletir sobre a vida de merda que tenho que já estou chorando.

Ás vezes tenho quase certeza que não vou dar conta das minhas responsabilidades. E é que decidi guardar minha responsabilidade esse ano na gaveta. Mas confesso que isso não funcionou. Eu quero minha responsabilidade de volta. Eu quero a minha força de vontade de volta... Eu quero tanto coisa que tenho medo. Tôu passado por uma fase de desistências. Desisti do francês que tanto amo por não ter capacidade de reconhecer minhas delimitações. Desistir essa palavra que até certo tempo não existia no meu dicionário. E foi o que fiz. Fraca.

Mas tenho que admitir eu não ia dar conta mesmo. Na verdade não dou conta de um milhão de coisas e ainda continuo fazendo elas. Me doe o peito por saber que amanhã tenho que tá de pé cedinho pra ir prô meu enterro. Cursar um curso que não tem nada haver comigo e brochante. Vai fazer três anos que alimento minha raiva, e digo, só eu sou culpada das minhas lamurias. Se eu tivesse tido coragem talvez estivesse em outro caminho diferente. Talvez fazendo aquilo que realmente eu amo, mas não tôu aqui com minas costelas doendo ouvindo a mesma música triste de sempre e querendo morrer em pensamento.

Algumas coisas se desfizeram em mim como sonhos os da infância. Eu queria ser cantora, mesmo sabendo que minha voz era detestável. Eu queria um violão. E agora ele fica exposto na parede de cimento da minha casa. Eu sempre falo: assim que eu tiver um dinheiro sobrando compro umas cordas e concerto esse buraco nele. Porra nenhuma. Já faz dois anos que falo isso. Mas eu não vou desistir disso. Eu não vou te jogar no lixo. Te encontrei lá um dia todo rabiscado de branco. Fiz limpeza na sua alma. Me desculpe por não ter capacidade de concertar seus buraquinhos. É que andei tentando concertar os meus também... Mas com eu disse pra Tokas essas férias vou aprender música, mesmo se for pra aprender a tocar uma cesta de lixo eu vou aprender a batucar.

Outras coisas me afligem. Resultados. Eu vou passar. Eu mereço. Eu lutei pra isso. Fiz minha parte. Eu não desisti. Dia 21 de Julho pode mudar minha vida. Essa espera de resultados é torturante.

Eu preciso ir. É eu preciso ir. Só porque li um texto no blog vizinho fiquei com vontade de escrever. Talvez eu seja uma cretina filha da puta replicadora das ideias dos outros. Eu ainda acabo com isso aqui, talvez começo do zero com algo novo, mas agora eu só preciso dormir e assimilar as coisas. E como você disse quando a gente dorme a gente assimila melhor as coisas.

Cara, não acredito que vou expor isso. Mas que foda-se. Ultimamente tôu me permitindo essas futilidades.
Chega. Vou dormir.

Ah, e como todos sabem que escrevo e falo mal prâ caramba me desculpem hoje tôu me fudendo pra esses erros gramaticais. Não vou revisar isso pra não ficar com raiva de mim.

Agora é serio. Au revoir.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Soir De Fete

Sempre tive vontade de gravar um vídeo assim. Os pés como protagonista. Pés que saltam, correm, tropeçam, permanecem, andam, brincam, dançam...

(continua...)

Hold me

A Paixão Segundo GH

"Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: -quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

Summer 78

sábado, 3 de julho de 2010

Saiba!

Saiba! Todo mundo foi neném Einstein, Freud e Platão, também Hitler, Bush e Saddam Hussein Quem tem grana e quem não tem... Saiba! Todo mundo teve infância Maomé já foi criança Arquimedes, Buda, Galileu E também você e eu... Saiba! Todo mundo teve medo Mesmo que seja segredo Nietzsche e Simone de Beauvoir Fernandinho Beira-Mar... Saiba! Todo mundo vai morrer Presidente, general ou rei Anglo-saxão ou muçulmano Todo e qualquer ser humano... Saiba! Todo mundo teve pai Quem já foi e quem ainda vai Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé Gandhi, Mike Tyson, Salomé... Saiba! Todo mundo teve mãe Índios, africanos e alemães Nero, Che Guevara, Pinochet E também eu e você...

Ciranda da Bailarina

Procurando bem Todo mundo tem pereba Marca de bexiga ou vacina E tem piriri, tem lombriga, tem ameba Só a bailarina que não tem E não tem coceira Verruga nem frieira Nem falta de maneira ela não tem Futucando bem Todo mundo tem piolho Ou tem cheiro de creolina Todo mundo tem um irmão meio zarolho Só a bailarina que não tem Nem unha encardida Nem dente com comida Nem casca de ferida ela não tem Não livra ninguém Todo mundo tem remela Quando acorda às seis da matina Teve escarlatina ou tem febre amarela Só a bailarina que não tem Medo de subir, gente Medo de cair, gente Medo de vertigem Quem não tem Confessando bem Todo mundo faz pecado Logo assim que a missa termina Todo mundo tem um primeiro namorado Só a bailarina que não tem Sujo atrás da orelha Bigode de groselha Calcinha um pouco velha Ela não tem O padre também Pode até ficar vermelho Se o vento levanta a batina Reparando bem, todo mundo tem pentelho Só a bailarina que não tem Sala sem mobília Goteira na vasilha Problema na família Quem não tem Procurando bem Todo mundo tem...

...O que eu tentava dizer mesmo... É que... O que eu mais gosto nesta vida, o que me mais instiga, o que me preenche o vazio, o que me faz feliz, o que... não sei... Enfim, o que me faz sentir uma pessoa, mas uma pessoa de verdade... É... não sei. Eu simplesmente não sei o que quero. Mentira. Sou egoísta por querer o mundo. Isso nunca acaba enquanto há desejo... sabe de uma coisa eu tenho medo do que sinto. Meu peito grita. Sou arrastada com uma corda no pescoço... O que quero dizer... meus demônios me tentam o juízo. Quase sem força sou vendida a preço vil vestida com insultos e ofensas. Carrego a cruz dos meus pecados. Quem terá amor por uma alma atormentada como a minha? Quem terá compaixão? Que besteira. Não era isso que eu queria falar. Expor assim meus demônios, que besteira. Pra quê dizer algo quando quase sempre quero ficar em silêncio... -Cala a boca e escuta.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Tarde de cinzas. Vou ao se encontro. Ela com sua espada na mão. Escreve, escreve... se esconde. Ouço o barulho do seu vento. Ela me faz odiar, me tira do serio, me tira o eixo... Olho sua sombra com atenção e abominação que há em mim. Dentro dela habita um mostro. Isso me assusta... não consigo entrar em seu mundo. Egoísta, fraca, teimosa eu odeio seu egoísmo. Odeio com dor nos pulmões. Odeio sua contradição. Odeio sua fuga... Antes de te odiar te amo... Pra quê disfarçar, não vou mais negar o que há em mim.

A sombra

Pra quê dissimular? Se ela me segue aonde quer que eu vá? Melhor encarar E aprender com ela a caminhar Não vou mais negar Por todo caminho, minha sombra está Eu quero saber me querer Com toda a beleza e abominação Que há em mim Isso nunca se desfaz E quanto a desejo, não há paz Isso nunca se desfaz.

A minha alma nem me lembro mais em que esquina se perdeu ou em que mundo se enfiou.


Há tempos não tenho motivos pra nada. Só penso na cama quente de armadura. Durmo na escuridão do meu silêncio. Despedaçada. Sou inquieta e áspera e desesperançada. Sou tudo e sou nada. Quase sempre sou nada. Um coração de papel. Que guarda e esconde uma mulher adormecida. Que grita dentro de mim. Me dê uma razão para ser... uma mulher. Eu quero apenas ser uma mulher desacorrentada. Quero ser a mulher que ama a que seduz quando necessário. Quero amar com coração de mulher... Ás vezes penso na criança esquecida em mim, ai tenho medo ser mulher. Ainda sou jovem e cheia de crises. Estou tão cansada de brincar com esse arco e flecha. Vou dar meu coração de papel pro tempo. O tempo que voa bem no alto das árvores. E com diz a criança em mim se o tempo voasse ele estaria no céu, no mar... é tão difícil ser. É melhor ser nada. Nada. Se eu fosse nada nem precisaria disso... não seria. Minhas costelas doem, meu peito dói, a cama revestida me chama, o silêncio grita e a música triste repetida é o silêncio em mim. Por trás dessa moldura poderia florescer flores... eu seria a mulher que tanto quero.