domingo, 28 de julho de 2013

talvez, também, sobre a falta.

A realidade 
já não lhe cabe,
limita, sufoca, pinica,
como quando se veste
roupas demais num dia
que acaba nem tão frio.
Não lhe sobra tempo ou
ânimo, coragem, vontade,
algo que ajude a romper a 
rotina doente que impede
qualquer acontecimento
perto do extraordinário.
Assim permanece,
sonhando,
esperando
pelo impossível,
pelo improvável,
enquanto nada muda,
nada tenta, nada move,
somente acumula cada
vez mais uma tal loucura
que um dia escapa pela
ultrapassada camisa de
força da adequação.
Tudo que lhe sobra
são as palavras, e,
mesmo assim, 
mal as usa,
ignora tudo 
que possa libertar
o desgosto que faz
tanta força pra esconder.

por larissa caramel



no momento pego essas 
palavras 
pois me parecem nesse breve
momento
dizer o que sinto. 

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