terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ficar em casa me causa um grande desespero. Como pode isso? É aonde me encontro mais triste. Meus laços familiares são bem desgastados. As velhas vozes me aconselham: “tudo vai ficar bem. Só não sei se vou ficar também”. Não fui capaz de retribuir um abraço materno, não fui capaz de assistir um filme fraterno. Vejo minha tia pelo arame, peço bênção por obrigação. Tenho uma prima a dois passos de mim e só consigo ficar em silencio perto dela. É desesperador o silencio familiar. Minha mãe sonha ganhar um bolo de aniversário. No último aniversário dela eu me esqueci de seu dia.   Olha só que filha da puta eu sou. Esse ano ela se esqueceu do meu, acho justo, eu esqueci o dela também. Mas no final do dia não sei como ela se lembrou e me senti ainda mais culpada e sem jeito. De comemoração ganhei uma salada espedaçada da minha irmãzinha com pedaços enormes de tomates, alfaces, e mangas verdes de acompanhamento. Eu juro pra mim mesma que não serei mais tão filha da puta. Próximo ano tomo jeito e faço um bolo de aniversário pra minha mãe. Mas penso que é melhor peneirar algumas atitudes pra agora enquanto tenho tempo. 

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