quinta-feira, 15 de dezembro de 2011


Não tenho mais medo do mundo (um pouco talvez). Quando assumo que sou dona da minha própria casa, não tenho pra onde me esconder, é encarar o mundo. Sair por aí, sem medo, sem medo de errar. Se der errado, eu choro, me descabelo, faço cara feia. Mas visto outra roupa e caio no mundo. É assim, bem simples complexo. De repente eu tava ali pastando, e agora to lá dançando, interpretando... As coisas estão acontecendo numa velocidade esquizofrênica, quase me engolindo. E eu numa calma nunca vista, vou indo nesse fluxo louco. Ás vezes eu namoro o dia, ás vezes à noite. Saio comigo mesma pra passear. Assim somente só. Não tenho medo da solidão. Ela é a única que me acompanha sem reclamar, me segue em silêncio, me namora quente. Solidão é um prato quente servido na minha alma. E vou seguindo aqui e ali num passo cansaço ás vezes. Mas bem, obrigado! O que têm mais me atormentando esses dias é a doença da minha mãe, esse anuncio de morte me mata com ela. Isso sim me dá muito medo. Se saio, não sei se encontro mais aquele rosto parecido com o meu, aquele cheiro inconfundível, aquele jeito torto de me amar. Tento me manter calma pra não deixa-lá abalada e complicar a situação. Acalmar é quando eu deito no colo dela e me faço filha pequena, me faço mãe grande. Há esperança. Eu bem sei, eu me apego a isso... Não quero ter que escolher entre duas artes. Quero tocar um foda-se em quem me censurar por fazer duas coisas que amo ao mesmo tempo. O mundo quer de você interdisciplinaridade, uma gama de conhecimento, e me proíbe disso. É uma filha da putagem. Existem leis que deveriam ser revistas. O homem deveria ser revisto, quem sabe assim ele se torne menos ísta. Pode dizer, se perguntarem por mim eu estarei dançando, atuando, fotografando, comendo, pulando, gritando, chorando, desfazendo, fazendo, crescendo, descansado se preciso for. Amando, criando, experimentando, experimentando mais um pouquinho. Ainda estarei querendo um amor... A vida ás vezes cansa, mas gosta dessa loucura toda. Quando ela passa suas mãos em mim, crio asas. Me sinto mais segura nesse mundo selva. Quando se conhece limites fica mais fácil de encarar o mundo... A vida que cai em mim tenho feito festa com ela. Antes melhor do que nada fazer, antes que chorar pela falta dela. Eu danço na tarde quente ao ver um azul feito pra mim. Uma tarde que me namora, que me envolve. Me divirto na rua. E só de imaginar uma saudade, eu giro pro lado do esquecimento... Pode me chamar de fria. Mas minha armadura é quente e me protege, ás vezes dá certo, outras não. Mas ganho experiência, e com a mãe experiência sou mais forte, sou mais mulher... Acho graça nesse amontoado de palavras soltas, esse vomitar de palavras de dentro... Desengasgar a dor que cobre a pele fere a alma... Pra terminar por hoje esse escarcéu de sentir, digo que me sinto não pertencer a esse mundo. Me deixaram aqui por acaso, eu to de partida.  Que isso? Que isso sua doida? 

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