quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Brasíliabucolismo

Ela acordou cedo em um dia chuvoso de terça-feira. Um dia normal como outras tantas terças-feiras. Preparou-se para encarar a chuva, o vento cortante. Pegou seu guarda-chuva xadrez herdado da avó e encarou os chuviscos, tudo com um bom humor.

No caminho para escola a rua mostrava sua cara chuvosa. O mato verde crescia e cobria a cidade, parecia esconder o outro lado do horizonte. Cresci com vigor de um adolescente. Ela achou encanto e graça no mato que desafiava o homem. Ela sabia que aquela juventude toda seria podada. A cidade grande não quer mato, mato esconde e dá bichos.

Na volta pra casa, estava feito, não havia mais mato verde, não havia mais tapete verde. O que se sentia era o cheiro de mato cortado, sangue. Sentiu uma falta, sentiu bucolismo, sentiu uma perda, sentiu uma vontade crescente de campo. 

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