quarta-feira, 2 de março de 2011

Sempre amei a música que me aquecia a noite sem sono. Eu sempre amei os dias de chuvas, as goteiras na minha cabeceira. Amei cada doce que comi que me engordava. Amei as cartas que fiz, sofri por não ter entregado todas elas. Amei seu olhar de Lua no terceiro ou décimo dia.  Amei ainda mais as tardes perdidas (com você). Amei Deus um dia... Eu sempre amei escrever, amei cada palavra secreta, códigos, meus diários, palavras que eu inventava para meu alfabeto. Hoje nem me lembro mais desses códigos. Um dia eu amei a esperança por um pai, esqueci com o tempo a ter esperança por um. Amei com dedicação cada amor não correspondido. Sofri como uma boba com lágrimas de elefante... Odiei cada amor em vão, sementes que se findaram na terra vermelha. Amei canções que não tocaram no rádio. Amei minhas roupas puídas, tênis gastos, fitas cassetes remendas, balões de gás hélio que escapavam da minha mão. Amei, amei, amei, amei, e continuo amando para sobreviver. 

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