terça-feira, 2 de novembro de 2010

Das coisas desimportantes

Penso que quando criança fui uma arteira,
fui outras tantas travessuras.
Era cagaita solta no cerrado, buriti amarelo.
Fui dada a recreios, piqueniques com formigas
caranguejeiras, saúvas.
Era filha do vento. Ele me entregava as suas
correntes.  Era comprometida com árvores de
longo porte. Aquelas mais vistosas de galhos fortes.
Sempre de mãos dadas com tempo,
fazia dele meu amigo do não passa o tempo.
Qualquer momento era hora pra fazer coisas e etceteras.
Coisas, tipo: bolinhas de meleca do nariz na parede.
Minha parede era colorida de orvalho seco.
Penso que quando criança fui dada ao tempo
das coisas desimportantes.

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