terça-feira, 2 de novembro de 2010

O poço

Entregar-se. Carne e alma. Saltam aos olhos o quente, o vermelho, o sangue. Meu peito arde. Minhas costas ardem. Minha boca, coxa. Meu desejo grita. Reverbera. Pede. Implora. Suplica. Sacrifica. Medo. Tenho medo de mim. Tenho um desejo cravado na carne. Pecado. Provoco sensações perigosas. Vergonha. Nudez da carne. Entrega. Piedade? O que é isso? Isso que grita e come a pele. Já não tenho mais nada a oferecer além do meu pó. És misericordioso?

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Não é nada fácil fazer isso. Expor minha carne em um prato. Sinto que a qualquer momento o desejo vai saltar pra fora. É isso que tenho medo... do que é escondido, silenciado na carne. Meu peito queima. Aqui. Bem aqui. Ás vezes sinto que vou explodir. Tenho medo do que está aqui dentro. Tenho medo do silêncio que grita. Tenho vergonha.
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Tira isso de mim. Tira isso de mim. Tira isso de mim. Tira isso de mim. Tira isso de mim.
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