sábado, 22 de setembro de 2012


Eu sinto que algo diferente... Não é só a chuva, não é só a primavera que se descortina lá fora... Percebo uma pele mais fina que se transforma a cada encontro. Ah, os encontros. Todos os encontros, todos os afetos que tateiam o espírito. 
Eu tenho sono, mas não vou dormir sem antes dizer que a pele dela é um convite, é um encontro, é um acontecimento tecido no instante... Instante pelo instante é abraçar o espaço-tempo, é lamber o céu que habita o corpo da gente.
Meu corpo tem fome de pele. Eu descobri que ele quer tatear o instante da pele, quer varrer, escorrer, imbricar, liquefazer, deslizar, contra-pesar, ceder, fluir... meu corpo quer lamber os instante-já! Esse burburinho que comove os músculos, os sentidos, o útero, os seios. Meus seios querem encontrar outros instantes, quer sentir os batimentos... a disritmia. 
Eu tenho sono, mas quero dizer que existe uma pele. Existe uma pele, uma pele... pele... a pele dela é um convite. É um encontro. É um acontecimento. Já disse isso né? Provavelmente sim, considerando que a essa altura do sono não tenho mais tônus consciente... eu tou me perdendo e acho um bom caminho para me entender. E é bem fácil se expor, ainda bem que isso só me cumpre. Tudo bem. Eu estou deixando os meus segredos se perderem no vento...
O que está diferente é a pele! É a terra, é a água. 

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