sábado, 13 de fevereiro de 2010

Dia de domingo

Era domingo à noite e não tinha nada para fazer. Estava sozinha em casa, então, resolvi sair. Na verdade nem fui tão longe. Parei na casa da minha tia. Fiquei algum tempo lá, mas logo me cansei e voltei. Chegando em casa percebi que não havia levado a chave. Mas, sabia que minha família estava perto. Era mês de festa junina, e lá estavam meus irmãos participando. No final da quadra encontrei minha mãe, que estava repleta de pessoas. Não tive coragem de chegar perto, eu estava em trapos, cabelos soltos que passou a semana todo sem entrar um pente. Então, comecei a gesticular com os braços. E não me viu. Detesto gritar, mas soltei um grito abafado pelo som que vinha da quadrilha, mesmo assim nada. Não desisti, continuei gesticulando, gritando, por sorte, meu cachorro que estava perto dela começou a latir. Ela virou-se. Ah! Fui salva graças ao cachorro. Finalmente peguei a chave e voltei para casa. Tentei abrir a porta com as inúmeras chaves que havia no chaveiro, não consegui com nenhuma delas. Minha mãe havia pegado a chave errada. Era só o que me faltava. Tinha esquecido a minha e ela me faz o favor de pegar a errada. Pronto! Ficamos do lado de fora! Logo depois minha família chegou e dei à boa noticia. Como era domingo, não tinha um chaveiro disponível, então, tive a brilhante ideia de passar a minha irmã mais nova pelo buraco da janela que estava entre aberta. Parecia que iria da certo, ao menos eu acreditava que daria certo. Mesmo assim com as recriminações tentamos. Passamos primeiro a perna da coitada, mas quando chegou à bunda era grande demais para passar no buraco. Ela tinha uma bunda do tamanho de uma bola de basquete. É não daria certo mesmo. Agora foi outra confusão para desentalar ela de lá. Mas, por fim conseguimos. Porém, continuamos do lado de fora. Minha irmã que é extremamente esperta teve a ideia de chamar seu amiguinho que morava perto de nossa casa. Obviamente que ele não tinha uma bunda do tamanho da dela. Minha mãe foi na casa desse amiguinho, lógico que não disse para os pais do garoto que precisávamos dele para passá-lo no buraco. Inventou qualquer bobagem para os pais do menino e conseguimos convencê-los. Começamos a operação da janela novamente, primeira a perna. Certo. Depois o troco. O que foi excelente, mas quando chegou à cabeça era grande demais. Que menino cabeçudo! Não é atoa que o apelido dele era cabeção. Então, a única coisa a fazer era arrobar a porta, o que seria inviável ninguém tinha forças o suficiente para isso, a não ser que, cerrássemos as grades da janela. E assim foi feito. Pegamos emprestado com o vizinho um serrote. Foi uma luta. A grade era dura demais. Lógico de ferro, o que eu queria. Cada um serrou um pouco, depois de muito tempo conseguimos. Agora sim dava para o menino cabeçudo passar pela janela, a cabeça não mais o impediria disso. Indiquei o local onde estava à chave e no final deu tudo, finalmente entramos em casa. Quer dizer, tudo certo nada. No outro dia, tivemos que quebrar parte da parede para colocar outra janela no lugar.

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