sexta-feira, 2 de julho de 2010


Há tempos não tenho motivos pra nada. Só penso na cama quente de armadura. Durmo na escuridão do meu silêncio. Despedaçada. Sou inquieta e áspera e desesperançada. Sou tudo e sou nada. Quase sempre sou nada. Um coração de papel. Que guarda e esconde uma mulher adormecida. Que grita dentro de mim. Me dê uma razão para ser... uma mulher. Eu quero apenas ser uma mulher desacorrentada. Quero ser a mulher que ama a que seduz quando necessário. Quero amar com coração de mulher... Ás vezes penso na criança esquecida em mim, ai tenho medo ser mulher. Ainda sou jovem e cheia de crises. Estou tão cansada de brincar com esse arco e flecha. Vou dar meu coração de papel pro tempo. O tempo que voa bem no alto das árvores. E com diz a criança em mim se o tempo voasse ele estaria no céu, no mar... é tão difícil ser. É melhor ser nada. Nada. Se eu fosse nada nem precisaria disso... não seria. Minhas costelas doem, meu peito dói, a cama revestida me chama, o silêncio grita e a música triste repetida é o silêncio em mim. Por trás dessa moldura poderia florescer flores... eu seria a mulher que tanto quero.

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