domingo, 25 de abril de 2010

Alice

Não consigo escrever o que estou sentindo. Eu que tanto escrevo pra não dizer. Até sei muito bem o que se trata, mas vomitar isso em linhas se torna difícil agora. Eu que me exponho em linhas retas faço esforço absurdo pra dizer nada, digo por que, não tenho nada a dizer e fico querendo ser pretensiosa com as palavras que tanto ridicularizo com meus erros gramaticais. Mas é o que eu sei fazer de melhor. Quando me faltam palavras faladas recorro a minha amiga palavra escrita. E mais uma vez eu quero deixar claro que não quero me eximir de você. Só não consigo escrever o que estou sentindo. Entende? Acho que não. E peço desculpa por não ser uma das melhores escritoras. É isso? Quem escreve é escritora. Eu escrevo em papeis velhos, papel higiênico, balões, no meu corpo. Então, também sou escritora. Escrever não é um habito é uma necessidade. É aqui que falo o que fica engasgado na minha garganta. Aqui eu posso ser maior do que sou. Posso ser quem eu quiser. Sou Alice. E vivo no meu país das maravilhas. Quem vai ousar dizer que não sou Alice? É. Sou Alice e como cenouras no café da manhã. Por mais que eu queira escrever qualquer coisa só falo bobagens. Porque não sou Alice não gosto de cenouras e não vivo num país das maravilhas, ao contrario, morro num quarto escuro e o lobo mal se esconde no meu guarda roupa. Acho melhor eu parar por aqui porque isso não vai dar certo. Sou muito contraditória do que dizem por ai. Falo coisas que não valem à pena e deixo as palavras com vergonha. – Desculpa Dona Palavra essa falsa escritora que tanto tenta mostrar o quanto te valoriza vai ficar sem palavras agora.

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